Chico Buarque recebe o Prêmio Camões 2019 pelo conjunto da obra

Cantor, compositor e escritor dono de três Jabutis adiciona mais um prêmio literário à sua coleção

O cantor, compositor e escritor brasileiro Chico Buarque ganhou o Prêmio Camões 2019 pelo conjunto da obra. O anúncio foi realizado nesta terça-feira, 21, no Rio de Janeiro, após uma reunião na sede da Biblioteca Nacional. O júri passou duas horas em deliberação para decidir o nome premiado. Chico é o 13º brasileiro a levar a honraria, que premia escritores lusófonos com 100 mil euros. 

Embora sua carreira musical seja a mais extensa e proeminente de suas facetas, com mais de cinco décadas dedicadas à música e 17 álbuns de estúdio gravados, além de trilhas sonoras e registros ao vivo, Chico já escreveu as peças de teatro Roda Viva (1967), Gota d’Água (1975), Calabar: O Elogio da Traição (1973), Ópera do Malandro (1978) e O Grande Circo Místico (1983), além dos livros Chapeuzinho Amarelo (1970), Fazenda Modelo (1974), A Bordo do Rui Barbosa (1981), Estorvo (1991), Benjamim (1995), Budapeste (2003), Leite Derramado (2009) e O Irmão Alemão (2014).

Detentor de duas estatuetas do Grammy Latino pelos discos Cambaio (2001) e Carioca – Ao Vivo (2007), em termos de premiações Chico Buarque já é mais bem-sucedido literária que musicalmente: foi vencedor do Jabuti, o mais tradicional prêmio literário brasileiro, em três ocasiões. Em 1992, por Estorvo; em 2006, por Budapeste; e em 2010, por Leite Derramado

O vencedor foi escolhido por uma equipe de seis jurados indicados pela Biblioteca Nacional do Brasil, pelo Ministério da Cultura de Portugal e pela comunidade africana. São eles os portugueses Clara Rowland e Manuel Frias Martins, os brasileiros Antonio Cicero Correia Lima e Antônio Carlos Hohlfeldt, a angolana Ana Paula Tavares e o moçambicano Nataniel Ngomane. 

O primeiro vencedor do Prêmio Camões foi o escritor português Miguel Torga (1907-1995), em 1989. O primeiro autor brasileiro a ser eleito foi João Cabral de Melo Neto (1920–1999), no ano seguinte. Em 1991, o moçambicano José Craveirinha (1922–2003) se tornou o primeiro escritor africano a receber a premiação. Já a primeira mulher a ser galardoada foi a brasileira Rachel de Queiroz (1910-2003), em 1993. 

Ao todo, um angolano, dois cabo-verdenses, dois moçambicanos, 12 portugueses e 12 brasileiros receberam a honraria. Em 2006, o luso-angolano José Luandino Vieira se tornaria o segundo representante de Angola, depois de Pepetela, a ganhar o Camões, mas recusou o prêmio por, na época, estar há 30 anos sem escrever.

O último brasileiro a vencer o Prêmio Camões foi Raduan Nassar, autor de clássicos como Lavoura Arcaica e Um Copo de Cólera, eleito em 2016. Além dele, os brasileiros ganhadores do Camões são: João Cabral de Melo Neto (1990), Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), Antonio Candido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2005), João Ubaldo Ribeiro (2008), Ferreira Gullar (2010), Dalton Trevisan (2012) e Alberto da Costa e Silva (2014).

Obras literárias de Chico Buarque:

Chapeuzinho Amarelo (1970)

Fazenda Modelo (1974) 

A Bordo do Rui Barbosa (1981)

Estorvo (1991), Benjamim (1995)

Budapeste (2003)

Leite Derramado (2009)

O Irmão Alemão (2014).

 

Com informações de cultura.estadao.com.br

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