Professores demitidos durante a pandemia vivem de faxina e doações

As mãos que durante 23 anos seguraram o giz e a caneta com função de ensinar agora se agarram na vassoura como única forma de sobrevivência. Foi na faxina que a professora Maria de Lurdes Machado, 58 anos, encontrou a solução diante do drama que vive desde o início da pandemia. 

Dispensada pela Prefeitura de Vila Velha, ela agora esfrega chão e janelas para poder pagar as contas de luz e água. “E não sobra dinheiro nem para o aluguel e o remédio controlado que preciso tomar. Fiz projetos para 2020, mas hoje minha expectativa com a Educação é zero”, contou a professora, que consegue tirar R$ 120 por faxina. 

A situação dela é a mesma de 51 profissionais da educação que trabalhavam em regime de Designação Temporária (DTs) pela Prefeitura de Vila Velha. São professores, coordenadores, bibliotecários e auxiliares que tiveram seus contratos encerrados em março, no início da pandemia. 

“O dinheiro da rescisão não deu nem para pagar as dívidas”, ressaltou Maria. “Perdi meu pai, mãe e esposo há dois anos. Hoje, sou sozinha e agora vivo das poucas faxinas que faço e de doação de cesta básica”, relatou. 

Para piorar a situação, muitos professores que não tiveram o contrato renovado não conseguiram dar entrada no Auxílio Emergencial, já que ainda estavam com o nome ligado à prefeitura, mesmo sem trabalho e salário. 

A solução encontrada por muitos foi tentar tirar alguma renda com faxina e trabalho de motoboy. Outros simplesmente estão vivendo sem renda, dependendo apenas de doações. – O conteúdo do Tribuna Online é protegido pela legislação brasileira sobre direito autoral. 

Em junho, uma lei aprovada para Câmara Municipal autorizou a prefeitura a renovar todos os contratos de trabalho dos profissionais da área da educação. – O conteúdo do Tribuna Online é protegido pela legislação brasileira sobre direito autoral. 

A ideia era justamente garantir que os trabalhadores não ficassem sem renda durante a crise gerada pela pandemia. Os contratos anteriores ao mês de maio, no entanto, foram encerrados. –

Uma professora que pediu para não ser identificada contou que reuniões foram feitas com a prefeitura, que prometeu resolver a situação, mas vem adiando a solução. “Enquanto isso, os professores e os outros profissionais da educação estão passando por dificuldade financeira e até mesmo psicológica. É uma total falta de respeito”, afirmou a professora. 

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Fonte: Tribuna onLine

Foto: Professores, coordenadores, bibliotecários e auxiliares tiveram seus contratos encerrados no mês de março (Crédito Foto: Leone Iglesias / AT)