Por falta de UTIs, mineiros com Covid-19 são transferidos para São Paulo

Negacionista como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governador de Minas Gerais – Romeu Zema (Partido Novo) – disse, no ano passado, que o vírus do Covid-19 precisava “viajar um pouco”. Hoje, o estado vive um dos piores momentos da pandemia com quase 45 mil mortos. Para piorar, pacientes estão sendo transferidos para São Paulo por falta de UTIs em território mineiro.

A informação foi divulgada no início desta semana pelo jornal O Tempo.

Dois pacientes que recebiam tratamento para Covid-19 em São Sebastião do Paraíso, Sudoeste de Minas, precisaram ser transferidos, por falta de vagas de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), para Franca, interior de São Paulo. Conforme balanço da Santa Casa local, os 20 leitos de alta complexidade locados no espaço estavam em uso, com pessoas à espera por uma vaga. Em nota divulgada à imprensa, o Executivo local informou que, caso seja necessário, também podem ocorrer transferências para Ribeirão Preto, também no interior paulista.

“O hospital da Santa Casa atingiu nessa quarta-feira, 110% da capacidade de atendimento nos 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados a pacientes com Covid-19, sem contar os leitos destinados aos planos de saúde que também estão lotados. Pessoas internadas terão que ser transferidas para outras cidades, como Franca e Ribeirão Preto, se houver vagas nestes locais”, descreve a prefeitura em nota.

“Entramos em um colapso de atendimento, com pessoas esperando vagas para serem internadas e um aumento considerável de número de casos positivos, principalmente público jovem”, disse o prefeito, Marcelo Morais (PSC), no texto.

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Bebês

Minas Gerais registrou, desde o início da pandemia, 102 mortes de bebês, crianças e adolescentes em decorrência da Covid-19. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), foram dois óbitos nas últimas 24 horas, sendo que uma das vítimas tinha menos de um ano e outra entre 10 e 19 anos.

Os dados constam no boletim epidemiológico desta quinta-feira (10). Contudo, a SES não detalha informações sobre o sexo, o local de moradia e a idade exata das vítimas. Também não comunica se elas possuíam doenças preexistentes que possam ter agravado o quadro do coronavírus.

Mas o levantamento aponta que, desde março do ano passado, foram 30 vidas perdidas de bebês com menos de um ano. Entre crianças de 1 a 9 anos, 28 foram infectadas e não resistiram ao vírus. Outros 44 adolescentes, com idade entre 10 a 19 anos, faleceram por Covid.

CTB-MG com informações de O Tempo