Forças progressistas já comemoram vitória de Pedro Castillo

Ainda não foram proclamados os resultados oficiais das eleições presidenciais do Peru, realizadas no último domingo (6), o que ainda pode demandar alguns dias.

Mas com 99% das atas apuradas, inclusive aquelas provenientes do exterior, a vitória do professor e sindicalista Pedro Castillo parece irreversível, já foi proclamada por ele e está sendo comemorada fora e dentro do Peru.

Castillo obteve 50,2% dos votos contra 49,7% de sua rival, Keiko Fujimori, filha do ditador Fujimori e líder da extrema direita no país.

A candidata conservadora formalizou denúncias de fraude eleitoral e pediu à Justiça nova análise de 500 mil votos. Mas, além de não apresentar provas, ela agora se vê emparedada por um pedido de prisão preventiva.

O promotor José Domingo Pérez, que lidera a investigação contra Fujimori e mais de 30 réus por lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução da justiça, pediu à justiça que ordene a prisão preventiva da candidata. Ela é acusada de lavagem de dinheiro, produto das contribuições ilegais supostamente recebidas pelo patrocinador das campanhas eleitorais de 2011 e 2016.

O promotor sustenta, de acordo com a ordem de prisão noticiada pelo jornal El Comercio, que “ficou determinado mais uma vez que a ré Fujimori Higuchi não cumpriu a restrição de não se comunicar com testemunhas; portanto, constatou-se como fato público e notório que se comunica com a testemunha Miguel Torres Morales”.

A conduta da filha do ditador Fujimori, que também foi condenado a 7 anos de prisão por corrupção, tem um claro viés golpista e acionaram o sinal de alerta nos movimentos sociais e de trabalhadores e trabalhadoras rurais que votaram massivamente em Castillo.

Centenas de milhares de camponeses desceram o altiplano das montanhas peruanas rumo a Lima para defender e garantir a vitória de Pedro Castillo (conforme mostra a foto). Golpista, a filha de Fujimori adiantou que não pretende reconhecer a derrota e recorre a denúncias infundadas de fraude.

O novo presidente tomará posse em 28 de julho em um país que teve quatro chefes de Estado desde 2018 e que registra a maior taxa de mortalidade do mundo na pandemia, com mais de 185.000 mortos em uma população de 33 milhões de habitante.

Ao lado da crise econômica, que alavancou, a pandemia impôs restrições que contribuíram para a depressão da produção em 2020, quando o PIB despencou 11,12%. Este é o pano de fundo da polarização entre esquerda e extrema direita nas eleições peruanas.

A vitória de Castillo, se confirmada pelas urnas, vai fortalecer e impulsionar a nova onda progressista que ganhou corpo na América Latina com as recentes vitórias da esquerda na Bolívia e no Chile.

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