Negacionismo: como o Banco do Brasil sob Bolsonaro virou um perigo

Em um país cujo presidente é contra medidas de proteção durante uma pandemia causada por um vírus que já matou mais de 650 mil brasileiros nada mais surpreende. Subordinado ao governo Bolsonaro, o Banco do Brasil (BB) foi o único banco a colaborar com um estudo sobre a “imunidade de rebanho”. A denúncia é do Sindicato dos Bancários da Bahia.

A teoria consiste em deixar que a população se infecte livremente para desenvolver resistência ao vírus de forma natural. Em maio do ano passado, através da joint venture UBS BB, foi divulgado relatório que o país alcançaria a imunidade de rebanho até outubro. Com isso, os governos poderiam liberar o funcionamento de atividades que dependem de maior aglomeração social.

A direção do Banco do Brasil compactuou com a perigosa teoria e ainda teve postura contrária à importância dos protocolos de segurança nas dependências da instituição financeira. O presidente do BB, Fausto Ribeiro, foi flagrado diversas vezes visitando agências sem utilizar máscaras de proteção.

Também acabou com o teletrabalho, em momento de casos crescentes da doença entre os trabalhadores, para os funcionários com comorbidades e os que trabalham em departamentos de prédios comerciais que não fazem atendimento ao público. Para piorar, divulgou novo Manual de Trabalho, no início deste ano, que retira o item que previa o fechamento das unidades que tivessem caso confirmado de funcionário contaminado nas últimas 72 horas.

O BB não tem se preocupado com a alta de casos de Covid-19 e Influenza entre os funcionários. A Nota Técnica do banco sobre a alteração no Manual de Trabalho presencial foi insuficiente. O documento foi enviado sem tempo suficiente para avaliação com profissionais da saúde e não tem amparo de estudos e dados de entidades da saúde, segundo o movimento sindical.

Por este motivo, os representantes dos trabalhadores do BB solicitaram tempo para submeter a nota à consulta de um médico sanitarista. A continuação da audiência de quinta-feira passada (27) ficou agendada para 8 de fevereiro, às 10 horas.

Os representantes do Banco do Brasil ainda informaram que não existe exigência de atestado de vacinação dos funcionários “por questão de direito individual”. A exigência só é feita às pessoas do grupo de risco. O MPT (Ministério Público do Trabalho) que solicitou à empresa a elaboração da nota explicativa sobre os itens retirados, justamente no momento de explosão de casos de contaminação.

Fonte: O Bancário