As centrais sindicais nacionais estão unidas na organização de mais uma Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat). Agendada para ocorrer em 7 de abril, a nova Conclat está sendo construída com o espírito de grande debate e tem como um de seus nortes o “Brasil que a gente quer”.
“A CTB, junto com as demais centrais, está focada em construir uma Conclat que possa aprovar uma plataforma que tem como foco derrotar o fascismo, reconstruir os direitos da classe trabalhadora e fortalecer a organização sindical e dos trabalhadores”, avaliou o vice-presidente da CTB, Renê Vicente.
Na mesma linha, o secretário nacional de Comunicação da CTB, Anderson Guahy, destaca que realizar a Conferência nesta etapa da luta representa um passo importante para o fortalecimento do protagonismo dos trabalhadores e das trabalhadoras.
“Desde 1981, quando da realização da primeira Conclat, essa atividade marca não só a luta, mas também o papel da classe trabalhadora na construção do país. A segunda Conclat, ocorrida em 2010, reuniu milhares no Pacaembu e de lá tiramos a ‘Agenda da Classe Trabalhadora’, um documento que buscava avançar em um projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho e distribuição de renda”, lembrou Guahy.
Sobre a Conclat
A primeira edição da Conclat ocorreu nos dias 21, 22 e 23 de agosto de 1981, em Praia Grande, litoral de São Paulo. A atividade reuniu mais de cinco mil sindicalistas, representando 1.091 entidades de todo o país e tinha como objetivo organizar a classe trabalhadora em torno das lutas comuns como o direito ao trabalho, sindicalismo, saúde e previdência social, política salarial, política econômica, política agrária, entre outros.
Após 29 anos, agora em meio a um ciclo de crescimento e fortalecimento da democracia, as centrais sindicais nacionais decidiram realizar, em junho de 2010, mais uma edição da Conferência. O evento levou ao estádio do Pacaembu cerca de 30 mil trabalhadores e trabalhadoras de todo o país, de diversas categorias e ramos de atividade econômica, além de representantes de movimentos sociais, dos trabalhadores do campo e de aposentados e pensionistas.
Na oportunidade, a Conclat aprovou um documento com cerca de 250 itens chamado de Agenda da Classe Trabalhadora, considerada por muitos especialistas e economistas uma verdadeira plataforma de governo, dividida em seis eixos estratégicos:
• crescimento com distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno;
• valorização do trabalho decente com igualdade e inclusão social;
• Estado como promotor do desenvolvimento socioeconômico e ambiental;
• democracia com efetiva participação popular;
• soberania e integração internacional;
• direitos sindicais e negociação coletiva.
O que esperar em 2022?
A Conclat deverá “aprovar as prioridades do movimento sindical para levar para o debate eleitoral com os candidatos à Presidência nestas Eleições. Precisamos virar a página, recolocar o Brasil nos eixos e construir um país que não seja assombrado por filas do osso, desemprego, falta de vacina e violência”, acrescentou Vicente, que é um dos representantes da CTB no Fórum das Centrais.
Da Redação
Por Joanne Mota