Em decisão inédita, servidores do Judiciário declaram apoio a Lula

A resposta à ofensiva reacionária de Bolsonaro e Paulo Guedes contra os trabalhadores e trabalhadoras do setor público vai ecoar nas urnas no próximo domingo, 30 de outubro. Os servidores amargam o congelamento dos salários, a redução dos concursos, o corte de verbas para diferentes áreas, além das ameaças embutidas na PEC 32, entre elas o fim da estabilidade, dos concursos e da carreira. Isto explica a decisão inédita dos funcionários do Judiciário e do Ministério Público. Documento em apoio a Lula foi assinado pela Fenajud, Fenajufe e Fenamp, entidades que representam servidores do Judiciário e Ministério Público

Em decisão inédita, três entidades que representam profissionais e servidores do Judiciário e Ministério Público declaram apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida pela Presidência. Em carta divulgada nesta segunda-feira (24/10), a categoria tornou público o endosso à candidatura do petista.

O documento é assinado pelas federações Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud), Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) e Nacional dos Trabalhadores dos Ministérios Públicos Estaduais (Fenamp).

“A Fenajud, Fenajufe e a Fenamp, enquanto representantes dos servidores e servidoras do sistema de Justiça Nacional, expressam seu apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República neste segundo turno”, enfatizam, na nota.

Na carta, as entidades afirma que o atual cenário político-eleitoral é marcado por “ameaças à democracia, às instituições da República, à soberania nacional, ao patrimônio nacional, aos direitos alcançados pelos trabalhadores e às trabalhadoras brasileiras pelo atual presidente”, Jair Bolsonaro (PL).

A categoria prossegue classificando o governo de Bolsonaro como o “responsável pelo congelamento de dois anos dos salários e auxílios dos funcionalismo público”.

Além disso, destaca que o candidato à reeleição “pretende implementar uma reforma administrativa para retirar os direitos dos servidores, facilitar a demissão de efetivos e ampliar as contratações sem concurso público, fragilizando as relações trabalhistas no setor público e o serviço prestado à população”.

Orçamento secreto

O documento ainda menciona agressões do atual Executivo aos direitos de minorias, políticas de desmonte do sistema nacional de proteção ambiental, à educação e saúde, e tece críticas ao “orçamento secreto”, assim como os sigilos decretados pelo presidente em informações pessoais e de familiares.

“A convicção é de que, assim agindo, estarão contribuindo com o processo de reconstrução do Brasil, a partir de um novo governo, centrado na defesa e ampliação dos direitos sociais, trabalhistas e da soberania nacional, na aplicação de políticas econômicas que possam patrocinar o crescimento econômico com sustentabilidade ambiental, que valorize e proteja o mundo do trabalho, que realmente incentive as políticas públicas para a educação, a saúde e demais prioridades sociais, que respeite a diversidade religiosa e cultural de nosso povo, que seja um incondicional defensor da democracia, valores e das instituições da República, conforme registrados em seu plano de governo, entre outros atributos, completamente ausentes em relação ao candidato que pretende à reeleição”, ressalta a carta.

Acesse o documento na íntegra aqui