Cid fez depósito pra ex-marido de Wal do Açaí

O ajudante de ordens futricando com o patrão. Foto: Divulgação/PR

Por Altamiro Borges

Mauro Cid, ex-faz-tudo de Jair Bolsonaro que está preso em Brasília, segue em silêncio em seus depoimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas. Mas seu celular continua “falando”, entregando todos os seus crimes. Para piorar, o puxa saco do “capetão” não apagou seus e-mails da caixa de lixeira e novas ações suspeitas vem à tona. Na quarta-feira (9), o site Metrópoles destacou: “Equipe de Cid fez depósito em dinheiro para ex-marido de Wal do Açaí”.

Segundo a postagem, “e-mails da equipe de ajudantes de ordem do ex-presidente mostram ao menos um depósito em dinheiro vivo na conta do aposentado Edenilson Nogueira Garcia, ex-marido de Walderice Santos da Conceição, mais conhecida como Wal do Açaí. Wal é suspeita de ser funcionária fantasma do gabinete de Jair Bolsonaro quando ele era deputado federal. O comprovante bancário de R$ 3,7 mil, obtido pelo Metrópoles, estava na caixa de e-mails deletados”.

“O valor foi depositado em dinheiro vivo na conta poupança de Edenilson em 25 de fevereiro do ano passado. Procurado pelo Metrópoles, Edenilson disse que nunca trabalhou para Bolsonaro, e desligou sem comentar sobre o depósito em dinheiro na sua conta. ‘Eu nunca trabalhei para ele, você está enganada. É só isso, tchau’, respondeu o aposentado antes de desligar a ligação. Essa mesma conta bancária já foi alvo de quebra de sigilo no âmbito da investigação sobre Wal do Açaí. Reportagens que revelaram a suspeita sobre a mulher apontavam que Edenilson seria caseiro de Bolsonaro”.

Funcionário fantasma do deputado Bolsonaro

Walderice ficou famosa durante a campanha presidencial de 2018. A Folha revelou que ela vendia açaí em Angra dos Reis (RJ) no horário do seu “expediente” na Câmara Federal. Investigações do Ministério Público descobriram que ela ficou lotada por mais de 15 anos no gabinete do então deputado Jair Bolsonaro, entre 2003 e 2018, sem nunca ter pisado em Brasília. A maior parte do seu salário era sacado em dinheiro vivo e faria parte das famosas “rachadinhas” do fascista.

“Já Edenilson era conhecido por sua proximidade com os Bolsonaro e por ter trabalhado em uma propriedade da família na Vila Histórica de Mambucaba, no Rio de Janeiro. O amigo dos Bolsonaro é aposentado por invalidez desde 1999, mas isso não impediu que ele cuidasse dos cachorros da família Bolsonaro e participasse de comícios, campanhas e reuniões, segundo o MPF. Ele inclusive foi candidato a vereador em 2016 por Barra Mansa (RJ), com apoio de Jair”, descreve o site.

Ambos estavam sumidos dos holofotes da mídia. Em abril passada, a revista CartaCapital informou que “acusada de ser funcionária fantasma de Bolsonaro, Wal do Açaí reaparece em vídeo com ex-capitão” durante visita do “capetão” à Vila de Mambucaba, em Angra dos Reis (RJ). “Nas redes sociais, o vídeo gravado pelo assessor especial do ex-presidente, Max Guilherme Machado De Moura, mostra Bolsonaro tirando foto com eleitores da vila e, em seguida, Wal surge”.

Conforme registra a matéria, “moradora da região, Wal do Açaí disputou a eleição para vereadora em 2020 com o nome ‘Wal Bolsonaro’ e, após a derrota, foi nomeada para um cargo na prefeitura de sua cidade. Atualmente ela exerce o cargo de “Coordenadora Técnica da Vila Histórica, da Assessoria da Região Sul, da Superintendência de Regionais, da Secretaria-Executiva de Serviço Público, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade”.