Todo Mundo Tem Arte: “Defender a arte, também é defender a democracia”

Com show ao vivo, homenagens, feira de artesanato, exibição de curta-metragem e lançamento do APP, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), realizou nesta sexta-feira (11) o evento “Todo mundo em arte”, na Casa da Classe Trabalhadora. O encontro marca a retomada de eventos na Central, que haviam sido descontinuados devido a pandemia da covid-19, e agora retornam.

“Passado o longo período de pandemia, a CTB buscou resgatar esse empreendimento intitulado como “Todo mundo tem arte”, e ele acontece um dia antes da celebração do dia do artista. Pra CTB é muito satisfatório que a gente enquanto uma central sindical, representativa de trabalhadores possa reconhecer e prestar essa homenagem aos artistas, que contribuem a arte. Buscamos personagens que seguem em partes, no ostracismo, mas eu diria que grande parcela desses artistas tem vínculos com a causa mais nobre, que é a defesa da classe trabalhadora, sobretudo sobre aqueles que mais necessitam, o povo pobre, negro e periférico. Então penso que a sinergia nessa data em que homenageamos a representação da arte, seja ela da arquitetura, artes plásticas, artes cênicas da escrita, da música, do teatro, poesia etc., a CTB tem muito motivo para celebrar e dizer em alto e bom som que a gente deve fazer todo e qualquer esforço possível para manter essa chama acesa e viva, porque defender a arte é também defender a democracia, soberania e os direitos”, disse Adilson Araújo, presidente da CTB.

Curta-Metragem: Firmina

No início do evento foi exibido o curta-metragem “Firmina”, da diretora, atriz, produtora e cineasta: Izah Neiva

O filme narra a trajetória de Firmina, uma pintura idosa que reside sozinha em seu apartamento e testemunha um chamado de ajuda proveniente do apartamento debaixo. A trama aborda a problemática da agressão contra mulheres. “O Firmina para mim é um grito de socorro. Ele foi premiado em dois editais de São Paulo públicos. E minha justificativa foi, que nunca morreu tanta mulher no Brasil como foi durante a pandemia, gritando socorro, e tentam nos calar e silenciar o tempo inteiro, então no filme tento trazer essa mensagem, dela tentando pedir ajuda e ninguém quer ouvir”, contou Izah Neiva

Exposição artística da Mazé

A artista plástica Mazé Leite, é diretora do Ateliê Contraponto de Arte Figurativa, e além de trazer suas obras para o evento, também trouxe obras feitas pelos seus alunos do ateliê. “É a terceira vez que sou convidada pelo Adilson e participo dos festejos realizados aqui na CTB, o Adilson é muito ligado em arte e cultura, o que é muito legal. Como eu tenho um ateliê de artes plásticas e dou aula de pintura, eu sempre convido os meus alunos para expor, e dessa vez trouxe quatro pinturas minhas e meus alunos, trouxeram uma cada. Enfim, ficamos muito feliz de participar do evento”, comemorou Mazé.

Show do Paulo Matomina

Paulo Miguel Matomina é natural de Samba, província da capital de Angola, Luanda. Durante sua carreira conquistou prêmios junto a participações com outros artistas de Luanda.

“É a terceira vez que estou aqui na CTB e fico feliz por ter sido convidado novamente e muito mais por ter sido convidado para um projeto como esse que tem como propósito homenagear a classe artística, e é um privilégio estar aqui, porque significa que acabei de ser homenageado, e que eventos como esse se repitam mais nesse espaço bastante acolhedor. Considero que a arte é como se fosse a liga dos pedaços da nossa sociedade, porque todas as formas de arte nos conectam. Então, as vezes que aquilo que nós queremos fazer chegar, em outras pessoas que tem culturas diferentes, a arte torna essa comunicação mais fácil por isso acho tão importante que ela continue recebendo esse incentivo”, falou Paulo.

 “Troféu Esperançar”

Além de muitas atividades artísticas também houve homenagens aos artistas e personalidades com a entrega do “Troféu Esperançar”:

Wagner Gomes – Homenagem Póstuma

A CTB homenageou Wagner Gomes, primeiro presidente da Central. Wagner foi referência do sindicalismo classista no Brasil, na última quinta-feira (10), completaram-se 2 anos do seu falecimento. Sua ex-companheira Cristiane Gomes, e sua irmã, Roseli Gomes, receberam o troféu.

“Agradeço o momento e espaço de reflexão e de lembrança do Wagner, ele deve estar extremamente feliz. Isso aqui é uma construção de todos vocês, de todos nós, juntos com eles e é justo e correto celebrarmos, mantermos nossos laços e nossas conexões sempre vivas”, agradeceu Cris.

“Agradeço de coração, em nome da minha família, o carinho de vocês com o Wagner, aonde vou, é sempre esse momento de acolhimento e amor, e agradeço muito”, completou Roseli.

Eduardo Viana

Eduardo recebendo o troféu das mãos do presidente, Adilson Araújo. Foto: CTB.

Eduardo Viana, é um publicitário alagoano e em 2007, após um convite da Secretaria de Educação de Santo André/SP, mudou-se para o ABC Paulista, onde fez pós-graduação em marketing e desempenhou o papel de designer gráfico, criando inclusive a logomarca da nova central sindical CTB.

“Tive a grata surpresa de receber essa homenagem, e foi um dos primeiros trabalhos que fiz quando cheguei em São Paulo e vim para cá, em 2007. A logomarca e meu filho nasceram na mesma época (risos). O Paschoal e o Batista falaram comigo que precisavam de uma logomarca para uma nova central trabalhista, e eu não sabia que estava concorrendo com outras logos para ser escolhida, depois que me disseram. Hoje em dia é muito satisfatório ver ela em todo canto, nas manifestações, na TV, essa é a minha criação mais famosa. Ela tem um significado legal, porque diferente de outras marcas, por mais que tentamos trazer um lado humano, isso só aconteceu na CTB, onde o background dela é realmente todo humano, feito de luta e para o trabalhador”, contou Eduardo.

Jofe dos Santos

Jofe recebendo o troféu esperançar. Foto: CTB.

Desde 1968, Jofe se dedica à arte, evoluindo como escultor autodidata e explorando a forma com aguda sensibilidade, utilizando a figura humana como sua principal inspiração. Seus trabalhos têm sido reconhecidos internacionalmente, estando presentes em países como Canadá, França, Dinamarca, Japão, Estados Unidos, Suíça, Alemanha e Itália.

“Estou muito feliz, não esperava receber essa homenagem, e por uma central sindical é a primeira vez, e quando a classe trabalhadora reconhece a arte é muito importante e fico extremamente feliz em ver ela alcançando diversos públicos”, disse Jofe.

José Carlos Cordeiro

Com uma trajetória multifacetada e engajada, ele é diretor Secretário Geral do Sindicato dos Marceneiros de São Paulo. Além de seu trabalho em fábricas, também desempenha o papel de líder de produção e professor, enriquecendo sua experiência. “Eu danço break a 30 anos, e mesmo trabalhando na fábrica, eu saia e treinava. Sou funcionário há quase 25 anos na mesma empresa, mas sempre tive essa paixão pela dança e a dança que me trouxe para o movimento sindical de certa forma. E queria agradecer vocês pela homenagem!”, agradeceu José.

Carlos Umberto

Nascido em 1957 na pequena cidade de Muniz Freire, localizada no Sul do Espírito Santo, o jornalista iniciou sua carreira na imprensa capixaba em 1975. E exerce o cargo de jornalista e assessor da Presidência da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). “Estou na CTB e aprendi muito aqui, ajudei na transição da corrente sindical classista para a CTB que é hoje composta por varias forças politicas, é uma entidade plural, não é liga nem dominada por um só partido específico, mas tem varias correntes de pensamento nela que tem como unidade uma concepção classista da defesa dos interesses da classe trabalhadora e eu me sinto muito em casa na CTB”, finalizou, Umberto.

Apresentação da Cantora ANNÁ

As festividades foram encerradas com um show da cantora Anná.

Anna Paula Fonseca Carneiro Barreto Furtado, de 27 anos, é multiartista da cidade de Mococa, interior de São Paulo. Seu talento foi reconhecido com uma indicação ao Prêmio Miguel Arcanjo e em 5 categorias do Prêmio Profissionais da Música.