Foi realizada nesta quarta-feira (20) audiência pública na Alesp com a presença da direção do Sindicato dos trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente do estado de São Paulo (Sintaema), metroviários e ferroviários. A atividade foi realizada pelos mandatos dos parlamentares do PCdoB, PSOL e PT. Movimentos sociais e sindicais também marcaram presença no evento. Acesse AQUI para assistir ao vídeo da audiência na íntegra pela Tv Sintaema.
A direção do Sintaema foi representada pela vice-presidenta Helena Maria. “Quando o Projeto de Lei chegar aqui precisamos estar com muita gente na rua e mostrar para a população que Tarcísio não tem nenhum argumento que justifique a privatização da Sabesp. E por isso ele mente, engana o povo”, denunciou a dirigente.
Ela deu como exemplo a promessa de Tarcísio de reduzir a tarifa após a privatização. Segundo Helena, o plano do governador é usar o dinheiro da venda das ações para subsidiar a tarifa. “Em caso de venda da Sabesp esse tipo de subsídio da tarifa, se for feito, será por um período curto. Depois as tarifas vão aumentar e o serviço prestado à população vai piorar”, explicou.
A dirigente ressaltou que é preciso impedir que as mentiras de Tarcísio repercutam na imprensa. “Com a greve unificada nós vamos convocar a imprensa e mostrar que o governador está na contramão do mundo. Onde houve privatização, só piorou. Vamos levar o debate para o ano que vem durante as eleições e na conversa com os municípios vamos ver quem é quem”, concluiu Helena.
Sanha privatista
Rene Vicente, presidente da CTB São Paulo, afirmou que Tarcísio quer transformar um bem essencial à vida em mercadoria. “Mercadoria não atende à população. Quando se fala em mercadoria quer dizer que quem tem dinheiro paga e quem não tem fica de fora. O compromisso de Tarcísio é com os tubarões do saneamento que tem seus salários elevados e rebaixam trabalhadores à uma situação de semiescravidão”.
Na opinião de Camila Lisboa, presidenta do sindicato dos metroviários, o governador Tarcísio quer se apresentar como o novo representante do Bolsonarismo. “Quer mostrar que sabe fazer o que a burguesia quer que é vender patrimônio público e transformar direitos em fonte de lucro”.
De acordo com ela, o diálogo com as pessoas através do plebiscito deu mais ânimo. “Precisamos entrar com confiança e pra ganhar essa luta. Tarcísio não pode chegar achando que pode vender tudo”.
Via “Calamidade”
Múcio Alexandre, secretário geral do Sindicato Central do Brasil, alertou para o risco de vida que as pessoas estão correndo, especialmente a população que usa as linhas 8 e 9 da CPTM, que foram privatizadas. “Estou indignado e quero que as pessoas também fiquem indignadas com as condições impostas à população e aos trabalhadores”, afirmou Múcio.
Ele chama a Via Mobilidade, gestora das linhas mencionadas, de Via Calamidade. “Essa é a palavra que representa o que a população enfrenta diariamente. Imagine esse cenário para todas as linhas”.
Múcio contou que esteve recentemente no Rio de Janeiro e faltou água por dois dias. A Cedae foi privatizada em 2021. “A água estava com cocô. Não podemos deixar que o que acontece em outras cidades aconteça aqui”.
Oposição
Presidente da Frente Parlamenta em Defesa do Saneamento Público, o deputado Emídio de Souza (PT) afirmou que Tarcísio vai ser obrigado a recuar da venda da Sabesp. “Ele já recuou de tanta coisa. Ao final dessa luta vai recuar da privatização dos serviços essenciais de São Paulo”.
O plebiscito contra a privatização tomou conta dos gabinetes dos partidos que defendem o saneamento e transporte públicos no Estado.
“Os parlamentares aqui presentes não vão medir esforços pra ser uma forte oposição cada vez que um desses projetos de privatização chegar aqui. E nós temos certeza de que não vamos medir esforços pra barrá-los”, afirmou a deputada Paula, da Bancada Feminista (PSOL).
Participaram da audiência os deputados Eduardo Suplicy (PT), Simão Pedro (PT), mandato Movimento Pretas (PSOL), Guilherme Cortez (PSOL). A deputada Leci Brandão foi representada pela assessoria parlamentar.
