Com mediação da Superintendência do Trabalho da Bahia, metalúrgicos assinam convenção coletiva

A categoria dos metalúrgicos baianos assinou, nesta quinta-feira (5), sua convenção coletiva de trabalho para o período 2023/2024. Além da Federação dos Metalúrgicos da Bahia (Fetim-BA), participaram do ato sete sindicatos locais, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado da Bahia (Simmeb) e a superintendente do Trabalho e Emprego na Bahia, Fátima Freire, que presidiu a mediação. “Estou muito satisfeita com o resultado. Conseguimos atingir o consenso a partir de uma proposta da SRTE, fruto de uma condução equilibrada e comprometida com ambas as partes, garantindo avanços para os trabalhadores e segurança jurídica para o setor econômico”, comemorou Fátima.

O acordo, resultado de três rodadas de negociação na SRTE-BA, foi celebrado pelo presidente da Fetim, Aurino Pedreira, e caracterizado como uma das melhores convenções dos últimos 15 anos. “A mediação da SRTE foi fundamental para buscar um consenso, sem ela estaríamos até hoje no impasse. Apesar da atual crise do parque metalúrgico na Bahia, os trabalhadores não podem perder direitos, não podem ter perdas salariais. Com ajuda da Superintendente, tivemos avanço econômico e mantivemos as cláusulas sociais já conquistadas”, celebrou.

A Data Base 2023 pode ser caracterizada como uma campanha de verdadeira resistência, luta e conquistas. O Parque Metalúrgico Baiano vive um momento nada favorável com fábricas encerrando atividades, hibernando, dentre outros. Diante deste cenário, o Patronal se fechou em uma armadura de intransigência e não só queria dar um reajuste com porcentagem bem abaixo do solicitado pela categoria como, também, queriam retirar da CCT, direitos conquistados por anos de luta que beneficiam e trazem um fôlego a mais para a renda dos trabalhadores. 

O Sindicato dos Trabalhadores comprou esta briga e não se intimidou nem recuou em nenhum momento. A pressão imposta, resultou numa proposta de mediação da SRTE que foi aceita pelos trabalhadores e derrubou a intransigência Patronal. O aumento real que os metalúrgicos do Estado conquistaram, segundo o Dieese, fica acima da média dos acordos firmados pelas categorias de trabalhadores no país, nas campanhas deste ano. 

A Campanha Salarial foi uma batalha dura que foi vencida pelos trabalhadores da categoria. Contudo, a luta continua! Acordos específicos estão em negociação com algumas empresas, assim como a pauta do termo aditivo à CCT para os trabalhadores do setor de Manutenção e Montagem, pauta essa encaminhada a Superintendência Regional do Trabalho e para as empresas. Os Sindicatos de Base não cruzaram os braços e seguem atrás da manutenção, implantação e reajuste de direitos e benefícios dos trabalhadores, em suas empresas. 

A convenção

A partir de outubro, os metalúrgicos baianos terão 4,5% de reajuste em seus salários, o que significa 1% de ganho real acima da inflação. Além disso, houve reajuste de 5,4% nos pisos salariais dos empregados de empresas com até 200 funcionários; e de 5,3% nos pisos de empregados das empresas maiores, com triênios e quinquênios reajustado a partir dos pisos correspondentes. Todos esses valores serão retroativos a julho, data-base dos metalúrgicos. Com informações: SRTE-BA e Fetim Bahia.