Genocídio contra palestinos prossegue diante de uma ONU paralisada e impotente

Mais de 4 mil crianças já foram assassinadas por Israel em Gaza

Pouco antes de ordenar a trágica e criminosa invasão do Iraque, que deixou por saldo mais de 500 mil pessoas mortas, o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que a ONU, Organização das Nações Unidas, era uma instituição irrelevante.

Infelizmente, é forçoso concordar com o sanguinário republicano, sendo indispensável acrescentar uma observação. Foram os próprios EUA que, deliberadamente e amparados não no direito internacional mas na força militar, que transformaram a ONU num órgão irrelevante e impotente.

A votação esmagadora pela condenação do bloqueio a Cuba (que teve apenas os votos contrários dos EUA, Israel e Ucrânia, dois Estados fantoches manipulados por Washintgon) foi mais uma das muitas provas disto. A comunidade das nações quer o fim do bloqueio, mas é impotente para transformar sua vontade democrática em realidade.

A barbárie que Israel promove na Faixa de Gaza é outro triste exemplo. Sozinhos, os EUA vetaram a proposta do Brasil que estabelecia uma pausa humanitária para minimizar os efeitos do genocídio. Foram 12 votos a favor e apenas um contra, mas que veio de uma potência com poder de veto, o que deixa a ONU inoperante.

Biden é cúmplice de Benjamin Netanyahu no genocídio em curso. Mais de 4 mil crianças já foram assassinadas por Israel em Gaza. O mundo assiste horrorizado, multidões saem às ruas clamando pelo imediato cessar fogo, mas os EUA fazem ouvidos moucos enquanto dão respaldo às mãos assassinas dos sionistas israelenses.

Conselho de Segurança paralisado

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que existe uma “paralisia” no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) durante discurso em fórum realizado pelo governo federal com investidores no Palácio do Itamaraty. O chanceler diz que é “lamentável” o grupo não conseguir aprovar uma resolução sobre o conflito entre Israel e o Hamas.

Ele afirma que o Brasil assumiu a presidência do conselho em outubro deste ano, data “que coincidiu com os trágicos desenvolvimentos em Israel e na Faixa de Gaza”. Vieira aponta que o país tentou buscar uma solução para a “alarmante situação humanitária na região”.

Moralmente inaceitável

“Mobilizamos todos os nossos esforços para reverter a paralisia do principal órgão do sistema multilateral em favor de uma solução para a alarmante situação humanitária na região. É lamentável, além de moralmente inaceitável, que uma vez mais o conselho de segurança não tenha conseguido estar à altura do seu nobre mandato”, afirmou o chanceler.

No período em que presidiu o conselho, a diplomacia brasileira tentou aprovar uma resolução com um cessar-fogo ou à abertura de corredores humanitários para a retirada da população civil da Faixa de Gaza, mas foi sabotada pelos EUA. A China é a responsável pela presidência do colegiado atualmente.

Várias resoluções foram propostas no período, mas nenhuma vingou. Todas elas foram vetadas, com base em diversas alegações, e não houve acordo para aprovar nenhum dos documentos dentro do conselho.

O presidente Lula defende uma reforma no Conselho de Segurança e já se manifestou contra o poder de veto dado a alguns países, como Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.

Na verdade, a irrelevância da ONU, provocada pelo unilateralismo dos EUA, e a emergência da barbárie evidenciam a irresistível decomposição da ordem mundial hegemonizada pelos EUA e a necessidade inadiável de uma nova ordem internacional, que deve ter por objetivo a superação do imperialismo nas relações internacionais.

Foto: GETTY IMAGES. Palestino caminha entre escombros em meio à barbárie causada por ataques aéreos israelenses no bairro de al-Rimal, na cidade de Gaza, no início de 10 de outubro de 2023