Inflação anual ficou em 5,32% no mês de abril, mas alimentos subiram mais

A inflação, uma média geral da alta das mercadorias indicada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor calculado pelo IBGE (INPC-IBGE), ficou em 5,2% nos 12 meses compreendidos entre maio de 2024 e abril de 2025.

Já o IPCA, outro índice usado para estimar a inflação, subiu um .pouco mais, acumulando 5,53% no período.

Conforme o Dieese, esses são dois dos principais índices usados para medir a inflação e devem ser levados em conta nas pautas de reivindicação dos trabalhadores e trabalhadoras na data base de suas categorias por ocasião da negociação de acordos e convenções coletivas entre empregados e patrões, nos quais o reajuste ocupa uma posição destacada.

Em abril, o comportamento dos dois índices foi diferente, pois o INPC variou 0,48% ao passo que o IPCA-IBGE registrou alta de 0,43%.

No ano, a inflação acumulada é de 2,49% de acordo com o INPC-IBGE e de 2,48% segundo o IPCA. O IPCA-IBGE tem sido utilizado como referência para a meta de inflação do governo e o INPC-IBGE tem sido a referência para as negociações salariais, especialmente, no setor privado.

É preciso notar que, sendo uma média geral dos preços ao consumidor, a inflação não corresponde à realidade da maioria dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, já que cerca de 70% da classe recebem até dois salários mínimos e 35,63% ganham até um mínimo.

Este enorme exército composto pela maioria da força de trabalho no Brasil gasta quase tudo o que ganha com alimentação, de forma que para dezenas de milhões de brasileiros e brasileiras a perda salarial não é zerada pela correção dos salários pela média geral dos preços, indicada nos dois índices do IBGE.

Ocorre que o preço da comida e bebida subiu nada menos que 7,68% nos 12 meses compreendidos entre abril do ano passado e março de 2025 e em abril a alta desses produtos essenciais aumentou 0,82%, bem acima do INPC e do IPCA.

É compreensível, assim, a sensação de prejuízo e a frustração popular com a oscilação dos preços dos alimentos, que deve ser levada em conta também pelos ativistas e lideranças sindicais na definição do índica de reajuste dos salários debatido na mesa de negociações com o patronato.

Afinal, alimentos é o que mais pesa no bolso da classe trabalhadora brasileira e os salários no Brasil são em geral tão miseráveis que já não suportam mais arrocho.

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