O Brasil precisa do fim da escala 6×1

Foi publicado na edição da Jornal Zero Hora desta quarta-feira, 28 de junho, artigo do presidente da CTB RS, Guiomar Vidor, no qual defende a redução da jornada de trabalho. Leia na íntegra a seguir:

A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução dos salários é defendida há muito tempo pelos sindicatos e pelas centrais sindicais. E agora, o fim da escala 6×1 está no centro dos debates no Brasil porque os trabalhadores e as trabalhadoras não suportam mais a exaustão causada por essa rotina. Por um motivo óbvio: é desumana uma escala que oferece apenas um dia de folga por semana — muitas vezes fora do domingo — limitando o direito ao lazer e ao convívio familiar, tão essenciais para o bem-estar.

A redução da jornada traz múltiplos benefícios, além de melhorar as condições de trabalho: melhora a saúde física e mental dos trabalhadores, aumenta a produtividade, proporciona mais tempo para lazer e convivência social, movimenta a economia, contribui para a redução das desigualdades e favorece especialmente as mulheres, ao aliviar a sobrecarga e promover maior equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

Somente em 2024, foram 37 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais e depressão no RS, um quadro que vem se agravando ano após ano; o excesso de carga horária também tem sido um dos principais motivos para o número alarmante de acidentes de trabalho no Brasil, já que estes ocorrem em sua maioria nos períodos de hora extra e extensão de jornada de trabalho.

Por isso o movimento sindical está mobilizado e apoia iniciativas como o Projeto de Lei 67/2025 de autoria da deputada federal Daiana Santos, do Rio Grande do Sul, que prevê a implementação da escala 5×2. Ela proporciona dois dias de folga consecutivos por semana, permitindo uma rotina mais humana e digna.

Chegou a hora de o Brasil seguir o exemplo de outros países que já avançaram no assunto, como Holanda, Dinamarca, Alemanha, Áustria, Irlanda, Itália, Suécia e França que já têm jornadas de trabalho mais curtas em média.

Esta não é uma luta apenas dos trabalhadores e trabalhadoras, mas sim de toda a sociedade. É uma luta por dignidade e por vida além do trabalho.

Por Guiomar Vidor, presidente da CTB RS

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

 

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