Centrais sindicais repudiam violência política de gênero e racial contra ministra Marina Silva

O Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais divulgou uma nota de repúdio nesta quarta-feira (28) denunciando os ataques sofridos pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, realizada no dia 27 de maio.

Segundo a nota, Marina foi alvo de violência política de gênero e de atitudes racistas ao ser constantemente interrompida, ter seu microfone cortado e ser impedida de exercer o direito de resposta. As dirigentes das sete centrais sindicais que compõem o Fórum classificaram o episódio como um exemplo claro da cultura patriarcal e autoritária ainda presente nos espaços de poder no Brasil.

“Foi notório o quanto ainda enfrentamos uma cultura patriarcal que tenta, sistematicamente, deslegitimar, desqualificar e silenciar mulheres nos espaços de poder”, afirma o documento.

A nota também ressalta a trajetória de Marina como símbolo da luta ambiental no país e sua postura firme diante dos ataques sofridos na audiência. “Sua coragem representa tantas de nós que, diariamente, enfrentamos o machismo institucionalizado em todos os espaços da vida pública e privada”, dizem as signatárias.

As representantes das centrais afirmam que o comportamento de alguns parlamentares durante a sessão viola o regimento do Senado e desrespeita os princípios democráticos que devem reger o debate político.

Assinam a nota as secretárias nacionais das mulheres da CUT, CTB, CSB, Força Sindical, Intersindical, NCST e UGT, representando um conjunto amplo e plural do movimento sindical brasileiro.


Confira a nota na íntegra:


Nota de repúdio à violência política de gênero e racial contra Ministra Marina Silva

O Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais, composto pela CUT, CTB, CSB, Força Sindical, Intersindical, NCST e a UGT, vem a público manifestar nossa solidariedade à ministra de Estado do Ministério do Meio Ambiente Marina Silva, vítima de ataques machistas e de violência política de gênero durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira (27/05/2025).

A ministra foi interrompida de forma desrespeitosa diversas vezes, teve o microfone cortado e foi impedida de exercer seu direito de resposta a afirmações feitas a seu respeito. Houve clara violação ao regimento interno do Senado. Foi notório o quanto ainda enfrentamos uma cultura patriarcal que tenta, sistematicamente, deslegitimar, desqualificar e silenciar mulheres nos espaços de poder.

Marina é símbolo da luta ambiental do Brasil. Sua postura firme, ao afirmar que jamais será uma mulher submissa, representa a coragem de tantas de nós que, diariamente, enfrentamos o machismo institucionalizado em todos os espaços da vida pública e privada.

É inadmissível que autoridades públicas sejam tratadas com desrespeito por sua condição de gênero, especialmente quando ocupam cargos conquistados com trajetória, competência e compromisso com o povo brasileiro. As comissões parlamentares devem ser espaços de debate qualificado e democrático, não palcos de violência e intimidação.

São Paulo – SP, 28 de maio de 2025

Assinam:

CSB – Antonieta Cassia Dorledo de Faria – Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora

CTB – Celina Arêas – Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora

CUT – Amanda Corcino – Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora

Força Sindical – Maria Auxiliadora dos Santos – Secretária Nacional de Políticas para Mulheres e Gênero

Intersindical – Patrícia Andréia Carreteiro – Secretária Nacional de Mulheres

NCST – Sonia Maria Zerino da Silva – Secretária Nacional para Assuntos da Mulher

UGT – Maria Edna Medeiros – Secretária Nacional da Mulher

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