Juventude, mulheres e agricultura familiar marcam debates da manhã no segundo dia do 6º Congresso da CTB-RS

Foto: divulgação.


Painéis destacaram o papel da juventude trabalhadora, das mulheres no sindicalismo e a importância estratégica da agricultura familiar para o desenvolvimento do país

A manhã do segundo dia do 6º Congresso da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio Grande do Sul (CTB-RS) foi marcada por intensos debates sobre três eixos fundamentais para o presente e o futuro do mundo do trabalho: juventude, mulheres e agricultura familiar. Antes das atividades, o presidente da CTB RS, Guiomar Vidor, fez uma homenagem ao ex-presidente do Sindicomerciários de Vacarias, Lucas Orsi Rodrigues, de 38 anos, que morreu após se afogar na Lagoa do Quintino, em Imbituba, no Sul de Santa Cataria no início de março desse ano.

O primeiro painel, intitulado “Juventude Trabalhadora no Brasil: Desafios, Organização e Papel do Sindicalismo”, foi conduzido por Rodrigo Callais, secretário da Juventude da CTB-RS. Callais trouxe uma análise crítica sobre o distanciamento da juventude em relação ao sindicalismo tradicional, defendendo a urgência de uma reconfiguração das práticas do movimento sindical. Para ele, é essencial investir em formas de atuação mais horizontais, com linguagem própria, presença digital ativa e estratégias de comunicação alinhadas às pautas e interesses da juventude trabalhadora. “Se queremos reconectar a juventude com a luta sindical, precisamos, enquanto movimento, nos adaptar e priorizar a formação de novos quadros jovens em todos os níveis”, destacou.

Na sequência, Abigail Pereira, primeira secretária da Mulher da CTB e atualmente vereadora em Porto Alegre, liderou o painel “A Inserção da Mulher no Movimento Sindical: Desafios da Atualidade”. Em sua fala, Abigail resgatou as conquistas históricas das mulheres trabalhadoras — como o direito ao voto, ao estudo, ao trabalho e à autonomia sobre seus próprios corpos — e reforçou a importância de manter viva essa trajetória de lutas dentro e fora do sindicalismo. Ela também destacou as barreiras ainda enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho, como a dupla jornada e a desigualdade salarial, e convocou as trabalhadoras a seguirem engajadas nas lutas por igualdade e justiça social.

Encerrando os trabalhos da manhã, o painel “O Papel da Agricultura Familiar no Desenvolvimento Nacional” foi conduzido por Agnaldo Barcelos, secretário de Política Agrícola e Agrária da CTB-RS e tesoureiro geral da FETAG-RS. Barcelos apresentou um panorama da agricultura e da pecuária familiar no país, diferenciando-a do agronegócio e destacando sua importância para a produção de alimentos saudáveis, a preservação ambiental e a promoção da segurança alimentar. Ele criticou as campanhas que tratam a agricultura como homogênea, invisibilizando o papel da agricultura familiar, e alertou para o êxodo dos jovens do campo e a fragilização de políticas públicas fundamentais, como o Proagro. “A agricultura familiar não apenas alimenta o Brasil, como também cuida da terra e dos seus biomas. Precisamos garantir políticas que valorizem e fortaleçam essa forma de produzir”, afirmou.

Barcelos também ressaltou a importância da CTB-RS na defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, e destacou o papel dos sindicatos urbanos na construção de canais diretos de comercialização entre o campo e a cidade, promovendo preços justos e fortalecendo as economias locais.

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