Na manhã desta terça-feira (03), o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, participou do programa Democracia no Ar, transmitido pela TV Atitude Popular e apresentado por Sara Goes. O debate teve como tema central os desafios do movimento sindical na luta pelo fim da escala 6×1 e contou também com a presença de Evaldo Costa, Secretário Sindical do PSB Nacional.
Durante sua participação, Adilson Araújo ressaltou a importância histórica da luta pela redução da jornada de trabalho e classificou o fim da escala 6×1 como uma bandeira essencial para o avanço civilizatório no Brasil.
“Em tempos de Centrão, diria Frei Betto: governo e partido são como feijão — se não fizer pressão, não amolece. Então, teremos que fazer muita pressão para consertar esse Brasil!”, afirmou o presidente da CTB, convocando as forças sindicais à mobilização.
Adilson resgatou marcos históricos da luta trabalhista, como a greve das operárias têxteis em 1857 e a mobilização dos operários de Chicago em 1886, ambas com o objetivo de reduzir jornadas exaustivas e combater formas de exploração, como o trabalho infantil, o assédio moral e o assédio sexual.
Ele lembrou ainda que, com a redemocratização e a Constituição de 1988, foi fixada a jornada máxima de 48 horas semanais, o que representou um passo importante na consolidação de direitos sociais e trabalhistas. No entanto, enfatizou que o debate sobre a redução dessa carga seguiu ativo.
“Em 2011, reunimos as centrais sindicais, milhares de trabalhadores e representantes da Câmara dos Deputados em torno da pauta de redução da jornada de 48 para 40 horas semanais. Tínhamos estabilidade econômica, aumento da produtividade e da massa salarial. O Brasil tinha plenas condições de avançar. Mas, infelizmente, não avançamos.”
O debate promovido pelo programa Democracia no Ar refletiu o crescente clamor por melhores condições de trabalho, em especial o fim da escala 6×1, que obriga o trabalhador a atuar por seis dias consecutivos com apenas um dia de descanso — um modelo que, segundo os sindicalistas, é incompatível com os princípios de dignidade, saúde e qualidade de vida no trabalho.
A CTB promete intensificar as mobilizações junto às demais centrais e ao Congresso Nacional para recolocar a pauta da jornada digna no centro da agenda política.