Bolsonaro arregou e pediu desculpas a Alexandre Moraes, mentiu muito e deve acabar preso

O ex-presidente foi indiciado em novembro do ano passado pela Polícia Federal (PF) junto com aliados - Evaristo Sá/AFP.

Ocorreu nesta terça-feira (10) o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com cara limpa, o chefe da extrema direita brasileira negou todo e qualquer envolvimento com a empreitada golpista que culminou na invasão e vandalização da sede dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. Afirmou ter agido sempre estritamente dentro do que chama de 4 linhas da Constituição e procurou o tempo todo se apresentar como uma vítima inocente.

Bolsonaro atribuiu à verborragia e à retórica política extremista as ameaças que fez contra o STF e chegou a pedir desculpas ao ministro Alexandre Moraes por ter insinuado que ele tinha sido subornado com 50 milhões para emitir sentenças contra o ex-presidente, o “marxista” Edson Fachin teria embolsado 30 milhões, assim como Luiz Roberto Barroso.

Evidentemente, o líder neofascista nunca teve provas para tais acusações, que usou para alimentar a fábrica de Fake News instalada no Palácio do Planalto que ficou conhecida como “gabinete do ódio”. Por isto, agora no banco dos réus, arregou a pediu desculpas a Moraes e aos outros dois ministros.

Alexandre Moraes não se preocupou em contradizer Bolsonaro, lembrando que na fase de interrogatório é preciso conceder ampla liberdade aos réus e não seria correto contestá-los.

Narrativa falsa

Como era de se esperar, o ex-presidente também se apresentou como um político honesto que não admitiu corrupção em seu governo. Mais uma mentira para enganar seus incautos seguidores. A narrativa, falsa, não sobrevive à apropriação indébita das joias sauditas, militarização e transformação do Ministério da Saúde num antro de picaretas, como mostrou a CPI da Covid, sem falar na prática das rachadinhas – uma especialidade do Clã -, a ligação com as milícias, a compra de 50 apartamentos com dinheiro vivo, entre outros escândalos.

Sem condições de negar a discussão da minuta golpista com os comandantes militares, o ex-presidente tratou de minimizar a relevância do fato, assim como de muitos outros que comprovam seu protagonismo no golpe frustrado.

Conforme sugerem as perguntas feitas pelo Procurador Geral da República, Paulo Gonet, há uma fartura de provas sobre a conduta golpista do ex-presidente e a esta altura do julgamento parece inevitável que seu destino final seja o Complexo Penitenciário da Papuda.

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