Na segunda-feira (16), o Sindmar recebeu gerentes do Sistema Petrobras e representantes das associações de armadores para dar continuidade às discussões sobre o desenvolvimento de um plano de ação para buscar assegurar recursos para os Centros de Instrução da Marinha do Brasil que atuam na capacitação profissional e na formação de trabalhadores aquaviários brasileiros, considerando o aumento da frota de navios na cabotagem, no apoio marítimo e na navegação interior nos próximos anos.
Representantes da Petrobras, da Transpetro, do Sindmar, da Abac, da Abeam e do Syndarma se comprometeram a mapear, até o mês de julho, os projetos contratados de construção e de aquisição de navios com o objetivo de levantar as reais necessidades do setor até 2030.
Eles pretendem, ainda, buscar meios mais efetivos de cooperar para a modernização das instalações das Escolas de Formação de Oficiais, para a atualização das grades curriculares, a identificação de necessidades de cursos como APMA e APNT no CIABA e no CIAGA e para, também, aumentar a disponibilidade de vagas nas turmas para os profissionais aquaviários de todas as categorias.
Durante a reunião, o segundo-presidente do Sindmar, José Válido de Azevêdo, ressaltou a necessidade de se pensar em um projeto nos moldes do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), que investiu R$ 300 milhões em todo setor de Petróleo e Gás e qualificou cerca de 100 mil trabalhadores, tanto metalúrgicos, para a construção naval, quanto aquaviários, para o transporte marítimo, entre 2003 e 2019.
Neste contexto, o presidente do Sindmar, Carlos Müller, ressaltou a importância da atualização da infraestrutura do Ensino Profissional Marítimo ao observar que a cabotagem está incorporando novos navios entre conteineiros, quimiqueiros e graneleiros, que o Sistema Petrobras está licitando a construção de navios-tanque e que, no apoio marítimo, os armadores do setor privado estão construindo novas embarcações com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), com previsão de entrega a partir de 2026.
“É preciso modernizá-la, para que os nossos marítimos não tenham que recorrer a cursos pouco confiáveis em outros países para poderem avançar na carreira ou se capacitarem com a certificação exigida”, destacou Müller.
Entre os armadores, também há o consenso de que é preciso avançar mais rapidamente para atender às necessidades das empresas de navegação nos próximos anos.
“Precisamos de um currículo, na Efomm, que acompanhe os avanços tecnológicos das nossas embarcações do apoio marítimo. O primeiro passo já foi dado”, disse a vice-presidente executiva da Abeam e do Syndarma, Lilian Schaefer, sobre as sugestões para a atualização da grade de disciplinas encaminhadas pelo Syndarma e pelo Sindmar à DPC.
O gerente de Formação de Mão de Obra da Petrobras, José Renato Almeida, acredita que os debates que vêm sendo realizados pelo Sindmar e pelas empresas marítimas são fundamentais para equacionar o cenário que se avizinha.
“O trabalho coletivo é a chave para se calibrar tanto a demanda, que está se colocando no cenário, quanto a definição de ações para que essa demanda, que hoje é um desafio, possa ser superada”, afirmou José Renato, que coordenou, anos atrás, o Promimp.
Informações: Sindmar.