A Fundacentro promoveu na manhã desta sexta-feira (27) o evento “O fim da escala 6×1 e a promoção da saúde dos trabalhadores”, reunindo especialistas, sindicalistas e representantes de instituições públicas e privadas para discutir os efeitos da jornada de trabalho sobre a saúde, segurança e qualidade de vida da classe trabalhadora brasileira.
O encontro foi realizado presencialmente no auditório da Fundacentro, em São Paulo, e contou com transmissão ao vivo pelo canal da instituição no YouTube. A iniciativa integrou as ações voltadas à valorização do trabalho decente e à construção de políticas públicas que priorizem a vida e o bem-estar dos trabalhadores.
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) marcou presença no evento com a participação de Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro. Em sua fala, Ayer destacou a urgência do tema e a necessidade de pressionar o Congresso Nacional para mudanças estruturais na legislação trabalhista.
“Esse debate, para mim, é um dos mais importantes da classe trabalhadora no último período, um desafio enorme que a gente tem de pautar o nosso Congresso Nacional para que avance numa condição de garantia de sobrevivência do ponto de vista da saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras”, afirmou o dirigente.
Ayer citou dados recentes do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que apontam categorias como comerciários, trabalhadores da construção civil e do telemarketing como as mais afetadas pela escala 6×1 — regime em que o trabalhador atua por seis dias consecutivos e descansa apenas um.
“Se a gente for computar o número de horas trabalhadas, muitas vezes ultrapassam as 44 horas semanais. Essa é uma realidade que reflete diretamente na saúde física e mental do trabalhador, principalmente nas categorias mais precarizadas. É uma jornada tão extenuante que beira a um processo de escravidão”, completou Ayer.
O evento reforçou a importância de uma mobilização social e sindical contínua para a construção de uma jornada de trabalho mais humana, que respeite os limites do corpo e da mente, e contribua para uma vida digna aos trabalhadores brasileiros.