Mais um jovem negro foi executado nas periferias de São Paulo. Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça por um policial militar na noite da última sexta-feira (04), enquanto voltava do trabalho na Estrada Ecoturística de Parelheiros, na Zona Sul da capital. O autor dos disparos é o PM Fábio Anderson Pereira de Almeida, que, segundo nota da corporação, foi afastado das atividades operacionais nesta segunda-feira (7).
Trabalhador, Guilherme era marceneiro e carregava consigo uma marmita, um livro e as roupas de serviço. Nenhuma ameaça. Nenhuma arma. Apenas o corpo negro em movimento, o suficiente para ser alvo da violência institucionalizada do Estado.
“Ele não foi morto por engano. Foi assassinado a sangue-frio e pelas costas por ser negro”, declarou, com revolta e dor, Sthephanie dos Santos Ferreira Dias, viúva de Guilherme. A jovem denuncia o crime como uma execução, e não um erro de abordagem. Imagens exibidas pelo Jornal Nacional reforçam essa tese: o jovem não teve chance de defesa.
O caso, embora chocante, não é isolado. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo em 30 de junho, o número de mortes causadas por policiais cresceu 35% em maio deste ano, em comparação ao mesmo período de 2024. As principais vítimas? Jovens negros da periferia.
A escalada da violência tem um responsável direto, segundo lideranças sociais. “ASSASSINOS! Covardia, as cenas agora divulgadas no JN deixam mais evidente que foi um crime de execução sumária. Guilherme, um jovem trabalhador marceneiro, foi ASSASSINADO pela política de extermínio do Governo Tarcísio”, denunciou Adilson Araújo, presidente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
O brutal assassinato de Guilherme escancara o racismo estrutural e a militarização da segurança pública que transforma a juventude negra em alvo. Denúncias como essa exigem justiça e responsabilização não só dos executores, mas de quem alimenta e respalda a política de morte em curso no estado de São Paulo.
A família, os movimentos sociais e os sindicatos organizam manifestações por justiça e clamam por mudanças imediatas na condução da segurança pública. A vida de Guilherme não será esquecida — sua morte se junta ao grito coletivo contra o genocídio da juventude negra.