Feminicídio em Fortaleza: enfermeira Clarissa Costa Gomes é brutalmente assassinada pelo ex-companheiro

Foto: CTB.

O Ceará amanheceu de luto. Com imensa tristeza e revolta, o estado recebeu a notícia do assassinato brutal da enfermeira Clarissa Costa Gomes, morta a facadas pelo ex-companheiro no bairro Jardim Cearense, em Fortaleza. O feminicídio chocou colegas de trabalho, familiares e a sociedade cearense.

Clarissa atuava no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e era conhecida por sua dedicação, competência e empatia com pacientes e equipes de saúde. Sua morte representa mais do que uma perda pessoal: é mais uma tragédia que escancara a violência sistêmica e cotidiana contra as mulheres no Brasil.

O autor do crime, Matheus Anthony Lima Martins Queiroz, foi preso em flagrante. Apesar disso, nenhuma prisão pode reparar a vida ceifada, nem o impacto devastador deixado entre aqueles que conviviam com Clarissa.

De janeiro a maio de 2025, 12 feminicídios foram oficialmente registrados no Ceará, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Mas especialistas alertam: esse número é subestimado. Muitos assassinatos de mulheres ainda são classificados de forma errada, ignorando a motivação de gênero, o que esconde a real dimensão do problema.

“Não é um caso isolado. É um sistema. Mulheres seguem sendo assassinadas por serem mulheres”, afirmou Marthinha Brandão, presidenta do Sindsaúde-CE, filiado à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
“Quantas outras mulheres, mães, profissionais e trabalhadoras precisam morrer? A dor que sentimos hoje precisa se transformar em ação coletiva e permanente. Vidas de mulheres importam. E precisam ser protegidas.”

Clarissa não foi morta por um desconhecido. Como tantas outras brasileiras, ela foi vítima de um ciclo de violência que poderia ter sido prevenido com políticas públicas eficazes, rede de apoio, segurança e justiça.

Este não é apenas um caso trágico — é um alerta. É um chamado à ação.
É necessário denunciar, exigir justiça, garantir medidas protetivas eficientes, fortalecer redes de acolhimento e investir em educação de gênero desde a base.

Toda a solidariedade à família, aos amigos, colegas do HGF e à categoria da enfermagem, que perde mais uma de suas guerreiras para a barbárie.

Que Clarissa não seja esquecida. Que sua memória fortaleça a luta por um Brasil onde nenhuma mulher seja assassinada apenas por ser mulher.

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