Mobilização Nacional no RS marca resistência popular, crítica ao imperialismo e defesa da soberania brasileira

Foto: Katia Marko

Em uma demonstração de força e unidade da classe trabalhadora, movimentos sindicais, centrais, partidos políticos e integrantes da campanha do Plebiscito Popular ocuparam as ruas do Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (10) para dar o pontapé inicial na Jornada Nacional de Lutas. O ato, realizado em Porto Alegre, denunciou o avanço do autoritarismo no Brasil, defendeu pautas populares e criticou a recente carta do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que atacou a política externa brasileira.

As palavras de ordem do ato ecoaram em defesa da democracia, da soberania nacional e de bandeiras fundamentais como o fim da escala 6×1, a taxação dos super-ricos e a isenção do imposto de renda para os mais pobres. Também foi lembrada a luta histórica da classe trabalhadora, a exemplo da greve geral de 1917, e prestadas homenagens às vítimas da violência estatal.

“É fundamental que a gente possa ocupar esse dia, porque essa data é simbólica. Sabemos do esforço dessa construção e a importância de contar a nossa própria história. Se não fizermos isso, seremos esquecidos”, afirmou Alex Saratt, vice-presidente do CPERS e secretário de Comunicação da CTB-RS. “Nos tentam cancelar, tirar da luta, mas seguimos vivos. Este movimento é memória, é resistência, é um chamado à ação. Não há taxa para lutar: é só botar o pé na porta e entrar.”

Saratt fez duras críticas ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), responsabilizando-o pelo aumento da repressão e por mais um episódio de violência policial. “A execução do jovem Guilherme Ferreira, na periferia de São Paulo, nos fere profundamente. Um crime que escancara a escalada do genocídio da juventude negra. O governo Tarcísio aumentou em 36% os homicídios em relação ao ano passado. Precisamos elevar o tom, reagir com uma radicalidade consequente e eleger os nossos para enfrentar essa política de morte.”

Guiomar Vidor, presidente da CTB-RS, também enfatizou a dimensão internacional do ato, lembrando o papel dos BRICS como alternativa à dominação estadunidense. “Estamos aqui nessa esquina histórica para defender a democracia e, acima de tudo, a soberania. Não é Trump que vai dizer o que o Brasil pode ou não fazer. Precisamos romper com essa unipolaridade comandada pelo imperialismo norte-americano”, declarou.

Para Vidor, o fortalecimento dos BRICS e a luta por um novo projeto de desenvolvimento passam por mobilização popular. “Estamos em uma grande campanha nacional pelo fim da escala 6×1, pela taxação dos bilionários e pela isenção de imposto de renda para quem vive do próprio suor. Esse Estado autoritário nada reserva para quem produz a riqueza. Precisamos tomar as ruas e avançar, porque é na mobilização que reside a nossa força.”

O ato desta quarta-feira no Rio Grande do Sul foi mais do que uma manifestação política: foi a expressão de um projeto de país construído por baixo, pelos de baixo. Um chamado à ação diante de um cenário de ofensiva conservadora e imperialista, onde a luta da classe trabalhadora segue sendo farol de esperança e transformação.

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