A CTB Goiás divulgou uma nota pública de solidariedade à greve dos Técnico-Administrativos da Universidade Estadual de Goiás (UEG), deflagrada no último dia 10 de julho. A paralisação tem como principal reivindicação a implementação de um Plano de Cargos e Remunerações (PCR) que reconheça a qualificação e a progressão profissional da categoria.
Mesmo antes do início oficial do movimento, o governo estadual, por meio de ação no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), conseguiu uma decisão que declara a greve ilegal e impõe multa diária de R$ 100 mil aos servidores. Para a CTB, essa iniciativa revela o caráter autoritário e antissindical do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que recorreu a manobras judiciais para criminalizar o direito constitucional à greve.
“A decisão do TJGO, articulada pelo governo estadual, representa mais uma tentativa de silenciar os trabalhadores do serviço público e escancara o desprezo do governador pela educação pública e por seus servidores”, afirma a nota da CTB Goiás.
Os técnico-administrativos da UEG lutam por um plano de carreira que inclua gratificações por titulação e possibilidades reais de progressão na carreira, demandas que vêm sendo ignoradas desde 2018 pela Secretaria de Estado de Administração (SEAD). Mesmo com o PCR aprovado pelo Conselho Superior da Universidade, o governo alegou falta de recursos e o Regime de Recuperação Fiscal como justificativa para suspender as negociações — ao mesmo tempo em que anuncia saldo de R$ 15 bilhões em caixa.
A indignação dos servidores também é alimentada pelo tratamento desrespeitoso do governo durante o processo de negociação. Apesar da atuação ativa do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Goiás (Sindipúblico) e da Associação dos Técnicos Administrativos da UEG (ASTUEG), o governo afirma, falsamente, que as entidades não participaram das reuniões formais. As organizações sindicais realizaram assembleias nos diversos campi da universidade e têm mobilizado suas bases em defesa da categoria.
A greve, que segue firme nesta semana de 14 de julho, unifica trabalhadores das 41 unidades da UEG e da administração central, com atos organizados em todas as 39 cidades onde a universidade está presente.
A CTB Goiás reitera seu repúdio às ações do governo estadual e reafirma seu apoio irrestrito à greve dos servidores técnico-administrativos da UEG. “A luta por um plano de carreira digno e por melhores condições de trabalho é legítima. O direito de greve é assegurado pelo artigo 9º da Constituição Federal e regulamentado pela Lei nº 7.783/89. Não aceitaremos retrocessos nem autoritarismo”, conclui a central sindical.