A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) participou, nesta quarta-feira (16), de uma reunião estratégica com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e mais representantes do Governo, para tratar da grave crise comercial provocada pelo tarifaço imposto unilateralmente pelos Estados Unidos. Representando a CTB, o secretário nacional de Relações do Trabalho, Flauzino Antunes, destacou a importância da unidade entre governo, trabalhadores e empresariado na defesa da economia nacional.
Durante o encontro, as centrais sindicais entregaram ao governo o documento unitário intitulado “Propostas das Centrais Sindicais diante da Guerra Comercial: Soberania, Emprego e Desenvolvimento”, assinado pela CTB e outras cinco centrais. O texto reafirma que a valorização do trabalho deve estar no centro da resposta à crise e de um projeto nacional de desenvolvimento com inclusão e justiça social.
“Há coesão e unidade entre todos os segmentos, o que é fundamental para termos uma solução negociada frente a essa crise. Alckmin mostrou que o governo continuará agindo com sabedoria em busca de uma saída que contemple as empresas exportadoras e os trabalhadores”, avaliou Flauzino, em entrevista ao Portal Vermelho.
O dirigente da CTB destacou ainda que todas as centrais tiveram espaço de fala e que a postura do governo foi de escuta atenta às demandas apresentadas. Entre os pontos levantados pela CTB estão a necessidade de redução da taxa Selic, investimentos na Nova Indústria Brasil (NIB) e apoio emergencial às empresas atingidas pelo tarifaço, como medidas urgentes para proteger a economia e preservar empregos.
Para a CTB, a crise deflagrada por Donald Trump — que anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros — não deve ser enfrentada com truculência, mas com firmeza e soberania, ampliando a cooperação internacional e fortalecendo o mercado interno. A central sindical alertou ainda para os riscos da precarização do trabalho e defendeu políticas que garantam a renda e a capacidade de consumo das famílias.
“Levamos ao governo essa preocupação de resolver a crise o mais rápido possível, mas sem truculência, nos marcos de uma negociação atenta à soberania. O Brasil precisa apostar no desenvolvimento e ter alternativas”, disse Flauzino.
Diante do cenário, o presidente Lula criou o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, coordenado por Alckmin, para conduzir a resposta do Brasil. A CTB se soma aos setores que apoiam a postura soberana e firme do governo federal diante das ameaças externas e do oportunismo político de setores da extrema direita.
“Representando a CTB, destaquei a importância de buscarmos uma solução urgente para a crise, mas também de estarmos preparados caso haja demora nas resoluções. Defendemos a necessidade de reduzir as taxas de juros, proteger a nossa indústria com mais investimentos no programa Nova Indústria Brasil e ampliar a diversificação de mercados compradores. É fundamental garantir que as empresas possam continuar se expandindo para outros países e, caso não consigam, que contem com o apoio do governo”, finalizou Flauzino.
Com essa intervenção, a CTB reafirma seu compromisso com um projeto nacional de desenvolvimento que priorize o trabalho, a produção, o emprego e a soberania do povo brasileiro.