Duas agendas importantes mobilizaram dirigentes bancários nesta sexta-feira (15). Na Assembleia Legislativa, uma audiência pública promovida pelo deputado estadual Bobô (PCdoB) debateu a pejotização e o fechamento de agências bancárias na Bahia, especialmente por três grandes bancos: Bradesco, Itaú e Santander. As empresas foram denunciados por práticas de ataques à categoria e à população, com o desmonte de serviços essenciais e a exclusão social.
Ao apresentar vários dados que confirmam a ação de descaso dos três bancos, Bobô ressaltou que o fechamento de agências, as demissões e a recontratação via pessoa jurídica têm destruído direitos históricos e aumentado o adoecimento da categoria. “A audiência dá visibilidade a um problema que não está restrito ao interior das agências. Impacta diretamente comunidades inteiras, forçadas a viajar quilômetros para acessar serviços bancários básicos. O poder legislativo está assumindo o papel de amplificar a denúncia e criar caminhos para o enfrentamento”, afirmou.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, Elder Perez, a entidade e a audiência cumprem papel estratégico ao levar o tema para toda a sociedade. “Em muitos municípios, a única agência fecha e deixa idosos, trabalhadores sem acesso digital e famílias inteiras sem atendimento. A falta de responsabilidade social dos bancos obriga o Sindicato a dialogar com entidades civis e órgãos públicos, transformando uma luta de categoria em causa coletiva”, disse.
Para a presidenta da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Andréia Sabino, é importante envolver o poder legislativo estadual e federal. “Para criar leis que impeçam medidas abusivas dos bancos, como fechar rapidamente agências e deixar funcionários e clientes sem saber o que fazer. Essa luta é da categoria e de toda a sociedade”, ponderou.
O vice-presidente eleito da CTB Bahia, Hermelino Neto, destacou que é preciso combater toda forma de pejotização no setor financeiro. “Trata-se de interposição fraudulenta de mão de obra, com mais força no Santander. Precisamos denunciar e judicializar os contratos feitos nessa modalidade, além de pressionar o Congresso para fazer leis que protejam os vínculos formais. É essencial garantir a equiparação de direitos em todo o sistema financeiro. O Nubank, por exemplo, negocia com o setor patronal das financeiras, mas deve sentar na mesa que os bancários negociam com a Fenaban”, enfatizou.
Participaram da audiência representantes de sindicatos de várias regiões, do Procon, da ABAT (Associação Baiana de Advogados Trabalhistas) e do TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Além de membros das associações de funcionários dos três bancos e dirigentes como Paulinho do Banco, vereador do PCdoB em Itabuna, e Eritan Machado, Bancários de Feira de Santana. Pela CTB, o dirigente Antônio Lago representou a presidenta Rosa de Souza e falou na mesa de abertura sobre os problemas de saúde enfrentados pela categoria bancária.
CONSELHO DA AFBNB
Hoje foi dia, também, da reunião do Conselho de Representantes da AFBNB (Associação dos funcionários do Banco do Nordeste), no Fiesta Convention, no Itaigara. Hermelino Neto, Andréia Sabino, Eritan Machado e sindicalistas de várias cidades baianas debateram o importante papel do banco para o desenvolvimento do Nordeste e os desafios para melhorar a situação dos bancários e bancárias da instituição.
com informações do Sindicato dos Bancários