Representantes de sindicatos de saneamento do Rio de Janeiro estiveram reunidos com a direção nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) nesta sexta-feira (05), para discutir a água como um direito humano essencial e a importância de proteger o recurso frente ao avanço das privatizações.
“Nós viemos aqui trazer o debate sobre a água como direito fundamental, água como dignidade da pessoa humana, o mínimo existencial de água como um princípio fundamental. Também trouxemos a água como uma questão de soberania nacional. Vários países tratam a água dessa forma. Hoje, o Brasil detém 12% da água potável do mundo. Se considerarmos que, no planeta, apenas 0,5% da água é potável, estamos falando de uma riqueza enorme”, afirmou Vitor Duque, presidente do SintSama, sindicato de saneamento do Rio de Janeiro.
Duque alertou ainda para a pressão de empresas multinacionais e fundos de investimento sobre o setor. “A descoberta de um novo aquífero tem recentemente motivado a compra de empresas estaduais de água, levando nossa riqueza para fora. Nosso movimento busca nacionalizar essa pauta e, através da CTB, reforçar a importância da água como direito fundamental e como elemento de soberania, protegendo nossos mananciais e captações”, completou.
Para o presidente do Sintaema, José Faggian, a reunião também teve como foco a nova Secretaria de Água e Saneamento da CTB. “Encaminhamos pautas e atividades para introduzir de maneira organizada e profunda o debate sobre o direito à água e ao saneamento, em contraposição ao processo de privatização. Acreditamos que privatizar serviços essenciais ataca a soberania nacional e prejudica principalmente a classe trabalhadora e as populações mais vulneráveis, que terão maior dificuldade de acesso a serviços fundamentais para a vida e a saúde”, disse.
O encontro reforça a postura da CTB e de seus sindicatos filiados na defesa da água como bem público e na luta contra a mercantilização de serviços essenciais.