Em debate, deputados de esquerda apontam Plebiscito Popular como instrumento para ‘virar o jogo’ a favor da população

Foto ao fim da audiência pública sobre o Plebiscito Popular por um Brasil mais Justo, na Alepe | Gabriel Costa / Alepe.

Especialistas, líderes sociais e políticos participaram de audiência sobre redução da escala 6×1 e taxação de ricos

Durante encontro no Recife, lideranças populares, sindicais, religiosas e políticas de Pernambuco foram uníssonas ao destacar a oportunidade que a sociedade civil e a esquerda tem, no momento, de pressionar o Congresso Nacional a entregar conquistas que afetem a vida da classe trabalhadora: a redução da escala de trabalho (6 por 1) e da jornada de trabalho (de 44 horas), a isenção de imposto de renda para quem tem salários de até R$ 5 mil e a elevação do imposto para os que têm renda mensal acima dos R$ 50 mil. E o instrumento para viabilizar esta pressão é o Plebiscito Popular.

A avaliação foi feita durante a audiência pública Plebiscito Popular 2025: participação democrática, justiça social e o futuro do trabalho e da tributação no Brasil, realizada na última segunda-feira (1º), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O encontro foi convocado conjuntamente pelos deputados Rosa Amorim (PT), Dani Portela (Psol), João Paulo (PT) e Doriel Barros (PT), tendo convidados de diversos setores da sociedade civil.

O Plebiscito Popular é uma campanha, conduzida pela sociedade civil, para dialogar com a população e pressionar as autoridades políticas do país. A votação pode ser realizada em urnas físicas (veja aqui), mas também através de link online (clique aqui).

A deputada Dani Portela (Psol), ressaltou que aquele grupo de parlamentares é uma “exceção à regra nos parlamentos”. “Podemos contar nos dedos os que são oriundos da classe trabalhadora, que não são filhos, netos ou esposas de alguma família que está na política há muito tempo. A política não foi feita para chegarmos aqui. Mas é uma bancada como essa que faz com que esses temas sejam colocados como prioridade”, pontuou Portela. A deputada completou citando a urgência das mudanças nas jornadas de trabalho. “Cerca de 30% da classe trabalhadora enfrenta a síndrome de burnout. Em 2024 foram 300 mil casos”, destacou.

Nascida num assentamento do MST, a deputada estadual Rosa Amorim (PT) disparou contra o Congresso Nacional. “Temos um Congresso anti-povo, por isso as pautas que garantem mais qualidade de vida à classe trabalhadora não avançam. O Plebiscito chama o povo à participação e ajuda a explicar que precisamos ampliar a representação popular no Congresso, mostrar que o Brasil pertence a uma maioria trabalhadora, não a uma elite privilegiada”, fustigou a parlamentar, que cogita disputar uma vaga na Câmara Federal em 2026. “O Congresso atual está ao lados dos ricos, bilionários, defendendo suas fortunas. Mas quando se trata de melhorar a vida do povo, prevalece a inoperância e a lentidão”, completou a sem terra.

Agricultor, oriundo do sindicalismo rural, o deputado Doriel Barros (PT) lembrou que esta não é a primeira vez que um plebiscito popular pode ajudar a dar voz à classe trabalhadora. “Não podemos mais aceitar que os mais pobres paguem pelo conforto e luxo dos que vivem de jatinho. Temos que fazer justiça e também diminuir essa escala de trabalho doentia, que faz mal ao nosso povo. Temos uma oportunidade importante e a luta popular é o caminho. Já enterramos a ALCA (2005) com 10 milhões de pessoas votando, além de outros temas de interesse da população”, recordou Barros.

O líder estudantil João Mamede, presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), avaliou que as forças de esquerda precisam encontrar caminhos para que superem a dependência das alianças com forças conservadoras. “O que temos hoje não é capaz de derrotar historicamente a extrema-direita. Temos que ir além e apresentar para a classe trabalhadora uma perspectiva de mudança de vida, uma alternativa de desenvolvimento que dê conta de reacender a esperança num futuro digno. E não conseguiremos isso sem enfrentar os ricos”, disse Mamede. “O Plebiscito vai às ruas para conquistarmos a maioria social e reposicionar o povo na política”, completou.

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