Após divergência de Fux, cresce expectativa para possível maioria de ministros favoráveis à condenação do ex-presidente
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus aliados mais próximos, acusados de tentativa de golpe de Estado, entra nesta quinta-feira (11) no quinto dia. A partir das 14h, a ministra Cármen Lúcia começa a apresentar seus votos na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), cuja Primeira Turma, composta por cinco ministros, é responsável por decidir o futuro do ex-capitão.
Inicialmente, a sessão desta quinta começaria às 9h. Entretanto, o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo, decidiu suspender as atividades da manhã por conta do longo voto de Luiz Fux na véspera. O ministro, que começou a falar às 9h da manhã de quarta-feira, encerrou suas manifestações poucos minutos antes das 23h. Ele votou pela absolvição total de Bolsonaro e de cinco de seus aliados. Nos casos de Mauro Cid e Walter Braga Netto, defendeu a condenação por apenas um dos cinco crimes denunciados.
Por conta da manifestação divergente de Fux, cresce a expectativa pelos votos de Cármen Lúcia e também de Cristiano Zanin, últimos dois ministros a revelarem como julgam os acusados. Se ao menos um deles defender que Bolsonaro é culpado, o ex-presidente será formalmente condenado.
Neste momento, o placar é de 2 a 1 pela absolvição do ex-presidente. Na terça-feira (9), o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, votou pela condenação de Bolsonaro pelos cinco crimes denunciados pela Procuradoria-Geral da República. No mesmo dia, o também ministro Flávio Dino acompanhou o relator.
Outros réus
Além de Bolsonaro, são julgados os outros sete integrantes do chamado núcleo crucial da trama golpista: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e Walter Braga Netto. Moraes e Dino votaram por condená-los por todos os crimes denunciados, o que os deixa, assim como Bolsonaro, à beira da formação de maioria, com penas que podem chegar a mais de 40 anos de prisão. Entretanto, após o voto de Fux, eles estão em situações distintas em relação a crimes específicos. Saiba detalhes clicando aqui.