O Brasil está sofrendo um ataque frontal à sua soberania e aos seus recursos estratégicos. Esse ataque é orquestrado pelo capital estrangeiro com a cumplicidade da extrema direita, que age para sabotar o país e entregar, a preço de banana, nossas riquezas naturais, da água e do saneamento às terras raras e à energia. O que está em jogo não é apenas a privatização de empresas públicas: é o futuro da nação e o direito do povo brasileiro de decidir os rumos do país.
Um estudo divulgado pelo Centro Internacional de Pesquisa sobre Responsabilidade Corporativa e Tributária (Cictar) revelou que fundos estrangeiros estão avançando sobre a água e o saneamento no Brasil com dinheiro público. Empresas privadas vêm usando debêntures incentivadas — títulos com desconto de impostos e apoio de bancos estatais — não para ampliar redes de água e esgoto, mas para pagar outorgas de concessões e concentrar o mercado em poucas mãos.
Ou seja, o povo brasileiro financia a privatização de empresas públicas que antes lhe pertenciam. E quem paga a conta depois são os trabalhadores e consumidores, com tarifas mais altas, precarização do trabalho e menos investimentos em obras.
Sabesp e Cedae: o povo paga a conta, o capital leva o lucro
A Cedae, no Rio de Janeiro, foi privatizada em 2021 em um leilão que arrecadou bilhões, mas até hoje não entregou a prometida universalização do saneamento. O que se vê são tarifas em alta, denúncias de piora no serviço e a população mais pobre sem acesso à água e ao saneamento básico, que são direitos do povo.
Em São Paulo, a privatização da Sabesp, concluída em 2024, retirou das mãos do povo paulista uma das maiores e mais lucrativas companhias de saneamento do planeta. A empresa, que era exemplo de eficiência, passou a ser controlada por fundos estrangeiros cujo compromisso é com o lucro dos acionistas, não com o direito à água.
Ambos os casos se inserem na lógica denunciada pelo relatório: socializar os riscos e privatizar os lucros.
Terras raras e soberania energética sob ataque
Esse movimento não é exclusivo do saneamento. Ele se repete com as terras raras — minerais estratégicos para a indústria de tecnologia e energia. O Brasil tem a segunda maior reserva mundial, mas produz apenas 1% do total global. Enquanto isso, potências como Estados Unidos e China disputam o controle sobre esse recurso vital.
Assim como a água, as terras raras são fundamentais para o futuro do país. Mas, em vez de servir ao desenvolvimento nacional e à industrialização soberana, correm o risco de se transformar em mera moeda de troca, exploradas de forma predatória por interesses externos.
Também na área energética, vemos o mesmo movimento de entrega. A soberania energética — que passa pelo controle público da água, do petróleo, do pré-sal e das energias renováveis — está sendo corroída em nome da lógica mercantil, que transforma direitos do povo em fonte de lucro para grandes corporações.
Água, energia e recursos não são mercadoria
A CTB reafirma: água não é mercadoria, saneamento é direito social e nossas riquezas minerais e energéticas pertencem ao povo brasileiro. Não podemos aceitar que governos entreguem, a preço de banana, setores essenciais da nossa economia a grupos financeiros estrangeiros.
O que está em jogo não é apenas a tarifa da conta de água ou a mineração da Amazônia: é a soberania nacional, é a capacidade do Brasil decidir seu rumo, é a defesa dos trabalhadores e trabalhadoras e de serviços públicos de qualidade, é a garantia de um futuro justo e independente.