Por Adilson Araújo, presidente da CTB
Uma bandeira gigante do Brasil foi destaque na vigorosa manifestação realizada domingo (21) na Avenida Paulista em defesa da soberania nacional e da democracia, contra a indecorosa PEC da Impunidade e a anistia para os líderes golpistas, que de resto são também uns falsos patriotas, conforme definiu o presidente Lula em discurso na Assembleia Geral da ONU.
A iniciativa contrasta fortemente com a orientação da manifestação capitaneada pela extrema direita no mesmo local durante o 7 de Setembro, quando uma grande bandeira dos Estados Unidos foi carregada e exibida pelos bolsonaristas, num gesto infame de apoio às medidas ilegais que o governo Trump adotou contra o Brasil.
Defesa da democracia contra os golpistas
A divergência entre os dois atos e de seus propósitos antagônicos é transparente. Trata-se da bandeira da soberania nacional contra a bandeira do entreguismo, que também coincide com a luta em defesa da democracia contra os golpistas liderados por Jair Bolsonaro, cujo plano felizmente fracassado previa o assassinato do presidente Lula, de Alckmin e Moraes, e a instalação de uma ditadura de viés fascista.
Os fatos não deixam margens a dúvidas quanto ao caráter antipatriótico da conspiração insidiosa que o Clã Bolsonaro promove junto ao imperialismo contra a soberania e os interesses nacionais para livrar o chefe Jair Bolsonaro das garras da Justiça e garantir a impunidade dos líderes golpistas.
Crime de alta traição
As tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, impostas pela Casa Branca, estão provocando prejuízos econômicos e são reconhecidamente injustas, uma vez que os EUA obtêm um superávit nas trocas de mercadorias. Já as sanções impostas a Alexandre de Moraes e sua esposa, assim como a sete outros ministros do STF e autoridades do governo Lula, são igualmente injustificáveis.
Instigar e comemorar essas agressões imperialistas, como faz o Clã Bolsonaro e seus liderados da extrema direita, constitui crime de alta traição. Aliás, foi o decano do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Gilmar Mendes, quem definiu a covarde fuga do deputado Eduardo Bolsonaro (o Bananinha do PL) para fomentar ataques ao STF nos EUA como um “verdadeiro ato de lesa-pátria”.
Emblema do entreguismo
Ao lado das bazófias e bravatas do Bananinha nas redes sociais, a bandeira do imperialismo na manifestação bolsonarista no 7 de Setembro aparece aos olhos de quem tem bom senso como um emblema descarado do projeto político entreguista que orienta o condenado Jair Bolsonaro e a extrema direita brasileira.
Do outro lado da arena política, o presidente Lula, traduzindo o sentimento da esmagadora maioria do povo brasileiro, reiterou na ONU que democracia e soberania são valores inegociáveis.
No mesmo diapasão, o STF ignorou as sanções imperialistas, condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão e segue com o julgamento de outros líderes golpistas, enquanto a Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou o Bananinha e o blogueiro Paulo Figueiredo pelo crime de coação no curso do processo contra os golpistas.
Conforme sugere o ditado, os cães ladram enquanto a caravana segue. O apelo traiçoeiro à intervenção imperialista contra a independência do nosso Poder Judiciário e a soberania nacional está se revelando um tiro no pé do bolsonarismo, que, em seus desdobramentos, contribui para desmascarar e isolar a extrema direita.
A agenda do povo é outra
A consciência nacional ocupou as ruas das capitais brasileiras no domingo (21) em repúdio às manobras da extrema direita bolsonarista, com apoio da parte mais podre do chamado Centrão, para impor ao país a indecorosa PEC da Impunidade (ou da Blindagem) e a anistia para os golpistas.
As pesquisas também revelam que a agenda das forças reacionárias na Câmara Federal está completamente divorciada dos interesses populares, que clamam por urgência na análise e aprovação dos projetos que reduzem a jornada de trabalho sem redução de salários, abolindo a desumana escala 6×1, isentam do IR salários até R$ 5 mil e oneram os mais ricos.