O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, tomou a palavra durante sua participação na Assembleia Pública Mundial da Sociedade Civil em Moscou e foi citado em veículos russos como exemplo de protagonismo latino-americano no cenário da diplomacia popular. Sua atuação chamou atenção especialmente na cobertura da agência TASS e do jornal Российская газета (Gazeta Russa).
O contexto: Assembleia “Novo Mundo de Unidade Consciente”
O palco foi a Primeira Assembleia Mundial da Sociedade “Novo Mundo de Unidade Consciente”, realizada entre 20 e 21 de setembro de 2025, com a participação de mais de 4 mil representantes de 150 países — entre líderes sociais, intelectuais e entidades da sociedade civil. sotsprof.org No painel “América Latina – Grande Eurásia: era de novas oportunidades estratégicas”, discorreram temas como diplomacia popular, cooperação cultural e os desafios impostos por sanções econômicas. worldpublicsummit.org+2sotsprof.org+2
Nesse painel, também falou Ernesto Guevara March, filho do revolucionário Che Guevara, que fez referência ao enfrentamento de sanções dos EUA e à necessidade de unir esforços globais contra pressões externas. TACC+2worldpublicsummit.org+2
A fala de Adilson Araújo
Conforme as coberturas russas, Adilson Araújo destacou que a luta contra a pobreza e a defesa dos direitos dos trabalhadores no Brasil se tornaram mais complexas após a imposição de tarifas comerciais de 50 % sobre produtos brasileiros pelos EUA. TACC+1 Ele ressaltou que veio a Moscou com o propósito de “estabelecer contatos diretos com nossos amigos russos” e firmar um acordo de cooperação entre a CSTB (ou STV) e a federação russa de sindicatos СОЦПРОФ.
Do ponto de vista de Araújo, a “diplomacia popular” é ferramenta essencial para contornar obstáculos macroeconômicos e estreitar vínculos com movimentos sociais de outros países, especialmente dentro do escopo dos países do BRICS e do mundo multipolar.
Repercussão na mídia russa
A menção ao líder sindical brasileiro nos veículos russos sinaliza que sua presença foi percebida como fator relevante no debate internacional que estava sendo conduzido em Moscou. A edição do Российская газета destacou que ele, ao lado de outros participantes latino-americanos, colaborou para “elaborar medidas eficazes de diplomacia com os países da América Latina e Caribe”. Já a agência TASS fez menção direta às declarações de Araújo sobre tarifas dos EUA e a cooperação pretendida com os sindicatos russos.
A federação sindical russa СОЦПРОФ, por sua vez, divulgou que durante a assembleia foi assinado um acordo de cooperação entre sua entidade e os sindicatos brasileiros representados por Araújo, fortalecendo os laços em torno da agenda laboral, intercâmbio de boas práticas e ações de solidariedade internacional.
Significado e desdobramentos
A relevância da atuação de Adilson Araújo em Moscou pode ser avaliada em múltiplas frentes:
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Imagem internacional: sua inserção na imprensa russa amplia a visibilidade do sindicalismo brasileiro em contextos globais, especialmente diante da geopolítica de países não ocidentais.
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Fortalecimento de redes: com o acordo firmado com o СОЦПРОФ, há perspectiva de intercâmbio entre entidades sindicais de Brasil e Rússia, visando formação, suporte mútuo e iniciativas conjuntas.
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Diplomacia social: o uso de instâncias como esta assembleia reforça a estratégia de “diplomacia dos povos” como ferramenta de influência e posicionamento frente a crises econômicas e barreiras comerciais.
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Desafios de narrativa: embora haja repercussão positiva nos meios russos, é necessário observar como essa visibilidade será interpretada em outros países, inclusive no Brasil, em temas como soberania, alinhamentos diplomáticos e autonomia sindical.