Neste 17 de outubro, Dia Nacional da Vacinação, o Laboratório DesinfoPop da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou um estudo inédito que analisa a propagação de conteúdos antivacina na América Latina e no Caribe — e os dados preocupam. O levantamento, que examinou mais de 80 milhões de mensagens em 18 países, revela que o Brasil é responsável por 40% de todo o conteúdo antivacina do continente.
Segundo o estudo, as publicações com desinformação sobre vacinas cresceram mais de 680 vezes durante a pandemia e ainda circulam 122,5 vezes mais do que antes dela. O material também mapeou 175 falsos “danos” atribuídos às vacinas e 80 supostos “antídotos” vendidos como “detox” para “reverter” a imunização — o que revela um mercado lucrativo baseado no medo e na mentira.
Entre os principais mitos identificados estão alegações de que as vacinas causariam morte súbita, alteração do DNA, envenenamento, câncer e autismo. Já entre as supostas formas de “eliminar” vacinas do corpo, circulam recomendações perigosas como o uso de dióxido de cloro, ivermectina, zeólita, alho e até práticas como o “aterramento” (ficar descalço no solo).
O relatório alerta que a desinformação compromete campanhas de imunização e ameaça conquistas históricas da saúde pública. A vacinação é uma das políticas mais eficazes para salvar vidas e prevenir doenças — e combater as fake news é essencial para proteger esse direito coletivo.
📄 Acesse o sumário executivo do estudo: https://doi.org/10.5281/zenodo.17374341
📘 Leia a versão completa: https://doi.org/10.5281/zenodo.17374339