A covardia de Gabriel Galipolo e sua subserviência à Faria Lima

Adilson Araújo durante sessão plenária "América Latina — Grande Eurásia: a era de novas oportunidades estratégicas.

Por Adilson Araújo, presidente da CTB

Em declaração recente, o presidente do Banco Central, Gabriel Galipolo, reafirmou que o Brasil deve “permanecer com uma taxa de juros num patamar elevado e restritivo por um período prolongado”, apesar de reconhecer que a inflação está em “um patamar baixo”, considerando a história da economia brasileira.

Ocorre que a atual política monetária funciona como um veneno para o desenvolvimento nacional, restringindo ou anulando as possibilidades de crescimento da economia, deprimindo o consumo e os investimentos e condenando o país a ciclos que os economistas classificam de voo de galinha.

Prejuízo para o povo, lucro para os banqueiros

É necessário destacar que os efeitos da política monetária não são neutros; ela sacrifica os trabalhadores e o setor produtivo da economia ao mesmo tempo em que aumenta os lucros de banqueiros e rentistas em geral, sendo que estes em nada contribuem para o desenvolvimento nacional.

O presidente Lula criticou duramente a gestão do bolsonarista Roberto Campos Neto no Banco Central, mas, para nossa decepção, o economista que indicou para o cargo segue o mesmo malfadado rumo.

O anúncio de uma política monetária restritiva prolongada traduz uma conduta lastimável de subordinação ao que se convencionou designar de Faria Lima (em alusão aos rentistas do sistema financeiro sediados na famosa rua paulistana).

Cavalo de pau

Não podemos silenciar. A estagnação da produção industrial e a baixa taxa de investimento estão claramente associadas a esta política econômica que continua orientada pelos interesses de poderosos rentistas. A possibilidade de reindustrialização do país não pode se transformar em realidade enquanto prevalecer por aqui a taxa de juros reais mais alta do mundo.

Para destravar as amarras que inibem o desenvolvimento nacional é indispensável dar um cavalo de pau na política monetária e iniciar, sem mais demora, uma rodada de redução dos juros reais e do spread para estimular o consumo e os investimentos, de forma a elevar a taxa de crescimento do PIB.

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