A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) repudia com veemência o massacre promovido pela operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, na terça-feira (28). A ação, que reuniu cerca de 2,5 mil agentes com o suposto objetivo de prender lideranças do Comando Vermelho e conter a expansão da facção, transformou as comunidades em zonas de guerra, deixando centenas de mortos, além de medo, destruição e dificuldade de acesso a serviços básicos, como transporte e saúde.
O resultado dessa megaoperação expõe, mais uma vez, o fracasso da política de segurança pública no estado. As principais vítimas são pessoas negras, pobres, trabalhadores e trabalhadoras, que já vivem sem o amparo de políticas públicas e continuam sendo as mais atingidas por ações violentas do Estado. Em vez de enfrentar as causas da criminalidade, o governo insiste em uma lógica de confronto que apenas aprofunda o sofrimento das comunidades e banaliza a vida humana.
A CTB denuncia também a contradição entre o governador Cláudio Castro, que declarou estar “sozinho” na operação, e o Ministério da Justiça, que afirmou ter atendido todos os pedidos do governo fluminense e reforçado a presença da Força Nacional, Polícia Federal e PRF no Rio de Janeiro. Essa divergência revela o descaso e a falta de transparência em ações que resultam em tragédias de grandes proporções.
A CTB repudia a violência e o descaso com a vida, cobra investigação transparente e responsabilização das autoridades envolvidas, e reafirma que a política de segurança deve priorizar a vida, os direitos humanos e a justiça social, e não o uso exagerado da força. A Central expressa sua solidariedade às famílias das vítimas e reforça seu compromisso com a luta contra o terrorismo de Estado e em defesa de uma segurança pública pautada no respeito, na justiça e na dignidade das pessoas.
Adilson Araújo
Presidente da Central dos Trabalhadores e Trablhadoras do Brasil


