Presidente do SINDAUTO, Clodoaldo Costa, denuncia que proposta do governo federal coloca em risco a segurança no trânsito e o sustento de milhares de famílias
O governo federal estuda eliminar a obrigatoriedade de aulas em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), sob o argumento de reduzir custos e ampliar o acesso à habilitação. A proposta, no entanto, tem gerado forte preocupação entre trabalhadores do setor e entidades sindicais ligadas à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Para Clodoaldo Costa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Diretores e Instrutores de Autoescolas dos Municípios do Estado do Pará (SINDAUTO) e diretor da CTB Pará, a medida representa uma ameaça concreta à categoria.
“Essa iniciativa pode levar à extinção da nossa profissão, colocando em risco mais de 300 mil empregos em todo o país. São pais e mães de família que ficarão desempregados, pois o fim da obrigatoriedade das aulas vai acabar com as autoescolas no Brasil”, alerta.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, tem defendido o projeto alegando que ele reduziria a burocracia e os custos para os cidadãos, mencionando valores médios entre R$ 3 mil e R$ 4 mil para a obtenção da CNH.
Contudo, Clodoaldo rebate a justificativa:
“Esses valores não refletem a realidade, porque incluem diversas taxas cobradas pelos órgãos responsáveis pela emissão do documento. As aulas teóricas e práticas representam apenas uma parte do total”, explica.
No Pará, por exemplo, os custos fixados por órgãos oficiais já somam mais de R$ 1.300, considerando taxas de legislação, exames médico e psicotécnico, retestes e biometria — valores que independem das autoescolas.
“Os preços elevados e a burocracia não têm relação com a categoria. O problema está nas exigências e procedimentos governamentais. As autoescolas são fundamentais para garantir segurança no trânsito, formando condutores mais conscientes e preparados”, reforça Clodoaldo.
O dirigente também apelou ao Congresso Nacional e ao governador do Pará, Helder Barbalho, para que intercedam em defesa da categoria e de seus empregos. Ele destaca o exemplo positivo do programa CNH Pai D’égua, implementado pelo governo paraense, que oferece habilitação gratuita a pessoas de baixa renda.
“O CNH Pai D’égua é um modelo a ser seguido: garante inclusão social, sem comprometer a segurança viária nem eliminar postos de trabalho. É possível ampliar o acesso à habilitação de forma justa e responsável”, conclui.


