Por Professora Francisca
Dois acontecimentos graves envolvendo escolas de São Paulo e do Paraná levam a questionamentos ao projeto de escola cívico-militar que a extrema-direita insiste em implantar como resposta aos problemas enfrentados pela educação pública no país.
Problemas criados por eles mesmos quando na Presidência da República, após o golpe de Estado que tirou a presidenta Dilma Rousseff do cargo em 2016. Os cortes de verbas foram ampliados, o descaso com a educação pública e o desprezo às professoras e aos professores levaram ao caos.
Como resposta apareceram com a escola sem partido – na verdade a escola sem pensamento – derrotados vieram com a escola cívico-militar com a desculpa de acabar com a indisciplina, envolvendo verbas destinadas a pagar policiais militares para gerenciar escolas.
O que aconteceu em São Paulo é um exemplo claríssimo de que polícia dentro de escola só pode dar problema. Por causa de um desenho de um Orixá feito por uma menina de 4 anos, em uma atividade do currículo escolar, um pai – policial militar – fez denúncia e seus colegas entraram armados na escola de educação infantil, inclusive com metralhadora.
A população reagiu e fez manifestação contra a entrada de policias na escola. Mostrando que a população entende que o envolvimento de policias com a educação nunca deram bons resultados.
O que se comprova com um vídeo que circula pela internet onde estudantes de uma escola cívico-militar do Paraná são obrigados a cantar que a missão deles é “entrar na favela e deixar corpo no chão”. Com total apologia à violência e à discriminação dos mais pobres. Essa não pode ser a função da escola em parte alguma do mundo.
A escola deve ser local acolhedor da inteligência e do controle emocional para o desenvolvimento pleno e consciente de crianças e jovens e assim construirmos um futuro com mais justiça, liberdade e dignidade a todas as pessoas.
Professora Francisca é diretora da Secretaria de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, da Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), secretária-adjunta de Finanças da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e diretora da CTB-SP.


