O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de Santa Catarina (Sintaema SC) realizou, na manhã desta terça-feira (10), uma assembleia seguida de ato em frente à Assembleia Legislativa do Estado (Alesc). A atividade reuniu um grande número de trabalhadores da Casan para aprovar a pauta da campanha salarial e reforçar a defesa da empresa como patrimônio público dos catarinenses.
Além da Campanha Salarial 2025, o principal tema debatido foi a urgência da votação da regionalização do saneamento. A categoria cobra que o Governo do Estado pressione o parlamento a pautar o projeto ainda este ano. Para os trabalhadores, a indefinição coloca em risco o futuro da Casan, empresa responsável pelo atendimento de cerca de 60% dos municípios e essencial para garantir água e esgoto de qualidade a milhões de pessoas.
Durante o ato, dirigentes e trabalhadores alertaram para o impacto direto do atraso legislativo. Se a regionalização não for votada até 31 de dezembro, Santa Catarina poderá ficar impedida de acessar recursos federais previstos no marco legal do saneamento, fundamentais para atingir a meta de universalização até 2033. A ausência desses investimentos compromete a expansão dos serviços, a manutenção dos empregos e a capacidade operacional da companhia.
O debate também refletiu a preocupação com o cenário nacional. Em vários estados avançam iniciativas de privatização de empresas estaduais de saneamento — com Minas Gerais sendo o caso mais recente. Para os trabalhadores catarinenses, aprovar a regionalização é decisivo para fortalecer a Casan e impedir qualquer tentativa de entregá-la à iniciativa privada.
Presente à assembleia, o presidente da CTB, Adilson Araújo, reforçou a importância da mobilização em defesa da empresa pública.
“Defesa da Casan pública!”, afirmou, destacando que saneamento é um direito básico da população e não pode ser tratado como mercadoria.
A assembleia e o ato foram conduzidos pelo presidente do Sintaema SC, Pedro Lucena, que ressaltou a necessidade de unidade da categoria tanto na campanha salarial quanto na luta contra qualquer projeto de privatização.
Após a atividade em frente ao parlamento, os trabalhadores ocuparam as galerias da Alesc para acompanhar a sessão e reivindicar a inclusão da regionalização na ordem do dia. Embora o projeto não tenha sido pautado, a forte presença da categoria mostrou disposição para seguir pressionando o Legislativo.
A mobilização desta terça-feira marca mais um capítulo na luta pela defesa dos direitos trabalhistas, pela ampliação dos investimentos e pela preservação da Casan como empresa pública, essencial para garantir um saneamento de qualidade ao povo catarinense.
