O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Adilson Araújo, esteve em Volta Redonda, a 127 km do Rio de Janeiro, para se reunir com a atual diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense. No encontro, foram discutidas as batalhas dos sindicalistas e a atual situação da classe trabalhadora diante do novo momento democrático e favorável ao debate.
A abertura do evento foi feita pelo vice-presidente do Sindmetal-SF, Odair Mariano, que classificou a iniciativa como “um grande primeiro passo na direção de uma campanha salarial de sucesso”. A campanha salarial deste ano já foi iniciada pela diretoria do sindicato e deverá contar com a realização de um seminário, com a participação de outras entidades e lideranças sindicais de todo o país. A intenção é realizar um movimento unificado, que deverá ouvir e atender a todas as instituições que representam os trabalhadores na base.
De acordo com Adilson, alguns pontos devem ser ressaltados enquanto prioridades no governo Lula. Entre eles a prevalência da convenção coletiva sobre acordos por empresa, priorizando a regra da norma mais favorável ao trabalhador; ultratividade das convenções e acordos coletivos; possibilidade de criação de mecanismo para articulação mais ampla e instalação de comandos no processo de negociação; correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física e luta por uma reforma tributária democrática e progressiva. A legalidade da atuação e sustentação dos sindicatos e de seu direito legítimo de reivindicação de melhorias e a forma de sustentabilidade após as reformas. Além da ultratividade, que garante os direitos conquistados nos acordos coletivos anteriores, até que seja negociado e assinado um novo acordo.
Também participou do evento o secretário-geral da CTB, Ronaldo Leite, que defendeu a importância da valorização da negociação coletiva e o fortalecimento dos sindicatos. Tema que também tem sido tratado entre as centrais sindicais.
Já o presidente estadual da CTB, Paulo Farias, ressaltou a importância do resultado das eleições do Sindicato dos Metalúrgicos, que trouxe de volta a condução da entidade às mãos dos trabalhadores, em defesa dos interesses da categoria. “É muito importante ressaltar o resultado eleitoral favorável à luta por direitos e melhores condições de trabalho aos metalúrgicos do Sul Fluminense. Essa vitória é dos trabalhadores que, depois do acúmulo de perdas de direitos conquistados, se uniu e assumiu o compromisso de buscar recuperar tantas perdas salarias e direitos e conquistar os avanços merecidos”, destacou.
A fala foi corroborada pelo presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Márcio Ayer, que lembrou das semelhanças entre o que a atual direção do Sindmetal-SF enfrentou e o SEC-RJ. “Nos comerciários do Rio havia uma força política que estava há 50 anos servindo aos interesses dos patrões, situação que se assemelha ao que ocorreu nos metalúrgicos aqui e dos tantos prejuízos causados à categoria”, disse.
No encerramento dos discursos dos representantes da CTB, a secretária adjunta de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Brasil (Fitmetal Brasil), Raimunda Leone, enfatizou a luta das mulheres em busca de avanços, equidade de direitos e salários. “Estamos nos aproximando de uma agenda muito importante à classe trabalhadora que é o Dia Internacional da Mulher, que acontece agora em 8 de março. Esta data deve lembrar as conquistas e avanços na luta das mulheres, assim como também servir de estímulo rumo ao enfrentamento de novos desafios e conquistas. É preciso que as mulheres tenham clareza da sua importância na sociedade não somente como reprodutoras e educadoras, mas sim como agentes produtivas essenciais para o crescimento do nosso país. Por isso merecemos reconhecimento na prática, com mais oportunidades, salário iguais para funções iguais e igualdade de direitos”, declarou.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Edimar Miguel, recebeu com muita gratidão os dirigentes da Central e fortaleceu a importância da contribuição. “O debate, a troca de experiência dos sindicatos por todo o país e a contextualização dos problemas que o governo está enfrentando para resolver, basicamente, a fome e o problema do desemprego são muito importantes. Isso contribui para o fortalecimento do enfrentamento que teremos daqui por diante. Isso requer embasamento de informações para o nosso propósito, que é um resultado favorável aos companheiros que acreditam no nosso projeto, assim como da recuperação da credibilidade dos trabalhadores no sindicato”, considerou.
