A Confederação Sindical Galega (CIG), organização sindical majoritária da classe trabalhadora galega, a mais combativa, com mais filiações e delegados sindicais nas empresas, iniciou nesta manhã (23), em Santiago de Compostela, o seu IX Congresso com o lema: A FORÇA DA NOSSA CLASSE – TRABALHO · DIREITOS · SOBERANIA. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) está presente no congresso, representada por seu presidente Adilson Araújo, que participou da abertura e realizou um pronunciamento destacando os desafios e as perspectivas do movimento sindical internacional.
Durante o evento, Adilson encontrou-se com Paulo Carril, Secretário Geral da CIG, e com Xosé Rivera, Secretário de Relações Internacionais da entidade, fortalecendo os laços de solidariedade e cooperação entre as centrais sindicais da Galícia e do Brasil
Reflexões históricas e conjuntura atual
Na abertura do Seminário, o professor Sergio Bologna apresentou um resumo do seu trabalho “Nazismo e classe operária 1933-1993”. A CIG contribuiu para a elaboração de uma versão em galego da obra, fortalecendo o debate histórico sobre a resistência operária.
A crise do capitalismo e os ataques à classe trabalhadora
Segundo Adilson Araújo:
“A classe trabalhadora enfrenta, hoje, uma conjuntura crítica e desafiadora. Presenciamos a decomposição da ordem capitalista mundial comandada pelos EUA, a falência do neoliberalismo e a ressurreição e ascensão do nazi-fascismo, que se apresenta com novas roupagens e configura o último refúgio e recurso do capitalismo em crise.”
Ele destacou que a resposta do capital tem sido aumentar a exploração sobre a força de trabalho, atacando direitos historicamente conquistados.
Tecnologia a serviço da precarização
A manipulação das novas tecnologias pela alta burguesia foi apontada como elemento central na desregulamentação do trabalho e no avanço da precarização, por meio de mecanismos como a uberização e o capitalismo de plataformas.
Guerra, imperialismo e crise climática
Adilson denunciou o recrudescimento da corrida armamentista, os riscos de uma nova guerra mundial, o genocídio promovido por Israel contra o povo palestino e o papel da OTAN na guerra na Ucrânia.
Ascensão dos BRICS e perspectivas para o Sul Global
Destacou também a ascensão da China e do BRICS como sinal de uma nova ordem mundial, alternativa ao imperialismo decadente:
“Este movimento de nações à margem dos centros imperialistas, liderado pela China, enseja perspectivas promissoras para os países mais pobres.”
Por uma alternativa socialista
Finalizando, conclamou a classe trabalhadora mundial a intensificar a resistência:
“Cresce a necessidade de realizar uma campanha global de denúncia do sistema capitalista-imperialista, bem como das agressões colonialistas e sionistas, e em defesa do socialismo, ideal maior da classe trabalhadora em todo o mundo. É imperioso resgatar o internacionalismo proletário e o espírito da palavra de ordem revolucionária proposta por Karl Marx: Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!”