Greve dos servidores federais da saúde no RJ vai completar um ano em 15 de maio

A paralisação teve início no dia 15 de maio de 2024 e o governo até hoje não estabeleceu um processo negocial com a categoria, segundo Christiane Gerardo, diretora do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência no Estado do Rio – Sindsprev-RJ.

A greve foi declarada legal pela Justiça do Trabalho, uma vez que foi deflagrada em resposta ao descumprimento de cláusula de acordo coletivo celebrado com os servidores. Isto garante aos grevistas o direito a continuar recebendo os salários.

Rolando Medeiros e Chris Gerardo, dirigentes do SindsprevRJ

Oncologia

O movimento atinge 13 unidades de saúde dirigidas pelo governo federal, mas não compromete o atendimento dos pacientes que dependem de serviços considerados essenciais como hemodiálise, quimioterapia, cirurgias oncológicas, transplantes e atendimentos de emergência.

Os hospitais em questão são especializados em tratamentos de alta complexidade para pacientes de todo o país dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) e têm como foco a oncologia (tratamento do câncer), de acordo com informações da sindicalista.

Sucateamento

Embora considerados hospitais de excelência no passado, esses estabelecimentos enfrentam um processo de precarização que se arrasta há mais de uma década. Nos últimos anos, houve registros de problemas variados que incluem desabastecimento de insumos, alagamentos em períodos de chuva e falta de equipamentos.

Em 2020, um incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso causou a morte de três pacientes que estavam internados e paralisou serviços de referência como o de transplantes de córnea e o de transplantes renais. Em 2023, outro incêndio destruiu a sala de anatomia patológica do Hospital Federal Cardos Fontes, em Jacarepaguá.

Concurso público

Sem concurso público desde 2010, a carência de recursos humanos é um dos principais gargalos, que induz ao recurso dos contratos temporários e resulta em alta rotatividade, já que médicos, enfermeiros e outros trabalhadores da saúde não têm garantia de estabilidade.

“Lutamos pela manutenção da rede federal, contra o fatiamento, dado pela entrega da gestão aos municípios e outras organizações”, destacou Christiane Gerardo. “O governo deve valorizar o serviço, abrir-se ao diálogo e ouvir trabalhadores e usuários”.

Entre as reivindicações dos grevistas destacam-se a recomposição do valor dos salários, a promoção de concurso público para suprir a carência de profissionais, plano de carreira de servidores na área de ciência e tecnologia que combine similaridade com nossa missão institucional e a reestruturação das unidades que foram sucateadas ao longo dos últimos anos.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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