Cid confirma ‘caixa de vinho’ com dinheiro entregue por Braga Netto e general responde: ‘mentiroso’

Mauro Cid ao lado de seu advogado, César Bittencourt, durante depoimento na Primeira Turma do STF - Ton Molina/STF.

Réus na ação penal sobre a tentativa de golpe, eles estiveram cara a cara no Supremo Tribunal Federal, nesta terça (24)

A acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Braga Netto foi realizada na manhã desta terça-feira (24) no Supremo Tribunal Federal (STF) de maneira reservada, sem o acompanhamento da imprensa e sem possibilidade de gravação. Entretanto, alguns detalhes foram divulgados pelo advogado do ex-ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL), na saída da audiência.

José Luis Oliveira Lima afirmou que durante a acareação, “Cid se contradisse ainda mais”. E disse que o general Braga Netto chamou o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro de “mentiroso”. Segundo a ata da acareação, divulgada mais tarde pelo ministro Alexandre de Moraes, o xingamento do general teria sido uma reação à confirmação de Cid de que teria recebido de Braga Netto uma “caixa de vinho” com dinheiro vivo, para ser direcionado às manifestações golpistas.

“É uma pena que vocês não tenham a imagem dele sendo chamado de mentiroso e ficou quieto e abaixou a cabeça”, disse Lima aos jornalistas. “Ele [Cid] não retrucou quando teve a oportunidade de falar”, completou.

“Uma hora eu perguntei: ‘Mas o senhor tem prova? Cadê a prova da entrega. Não tem prova de nada!” Qual foi o lugar que ele disse que teria sido entregue? Ele fala na garagem, ele fala em uma segunda garagem. Ele mente e ele mente demais. É assustador”, declarou o advogado de defesa de Braga Netto.

Defesa de Braga Netto argumenta violação de prerrogativaPor outro lado, o advogado de Braga Netto criticou o procedimento, coordenado pelo ministro relator da ação penal no STF, Alexandre de Moraes.

“A defesa deve registrar que ela teve a sua prerrogativa violada. Todos os atos desse processo, todos os atos desse processo foram gravados e a opinião pública teve acesso. Neste caso, que é um ato processual fundamental pegar os detalhes da fala de cada um dos apelados, esta defesa pediu que o ato fosse gravado e foi negado”, afirmou.

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