No último dia 26 de julho, foi realizada uma reunião conjunta entre a ALBA TCP (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos) e a ALBA Movimentos Sociais, com o objetivo de fortalecer a articulação entre os governos progressistas da América Latina e os movimentos populares do continente. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) marcou presença com uma delegação formada por dois dirigentes nacionais: Carlos Rogério Nunes, secretário adjunto de Políticas Sociais, Esporte e Lazer, e Eremi Mello, secretária de Formação Sindical da CTB.
Durante o encontro, foram repassados informes da Coordenação Política Continental da ALBA Movimentos Sociais e debatidas estratégias para intensificar a solidariedade entre os povos latino-americanos. O evento também foi uma oportunidade de estreitar laços com os países-membros da ALBA TCP, reconhecidos por seu papel de resistência frente ao imperialismo.
Carlos Rogério destacou a importância da participação da CTB na “Cúpula dos Povos pela Paz e contra a Guerra”, realizada em Caracas, sob iniciativa do governo bolivariano da Venezuela e do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). “O evento teve como foco denunciar as atrocidades do imperialismo norte-americano e reafirmar a solidariedade dos povos. Mas, o mais importante para nós da CTB, foi a firme denúncia do sionismo do Estado de Israel contra o povo palestino — um verdadeiro genocídio que vem sendo exposto por todos que lutam pela paz”, afirmou.
O dirigente também ressaltou o papel estratégico da cooperação entre movimentos sociais e os países da ALBA TCP: “É fundamental a troca de experiências entre os movimentos populares e os governos progressistas, especialmente em países como Cuba e Venezuela, que seguem sendo referências de resistência. Precisamos construir, a partir dessas experiências, o caminho para uma sociedade justa e socialista em nosso continente.”
Giovani del Prete, coordenador da Secretaria Continental da ALBA Movimentos e membro da Coordenação Nacional do Movimento Brasil Popular, também enfatizou o papel estratégico da articulação internacional:
“A importância dessa unidade na diversidade, como a gente chama dentro da ALBA, unidade na diversidade, é poder permitir o fortalecimento das nossas lutas, das nossas resistências e dos laços de amizade entre as organizações.
Quando a Venezuela nos convoca mais de 600 dirigentes do mundo inteiro, de 80 países, para estar aqui, para celebrar as nossas resistências, celebrar a paz, um projeto de paz, de integração regional e contra a guerra, a gente está dizendo que a gente reúne exatamente dirigentes das organizações que estão resistindo nos seus territórios, nos seus países, contra o avanço da extrema-direita, contra a indústria da guerra, contra o lobcionista e armamentista dos Estados Unidos e de Israel, que tem patrocinado golpes parlamentares da direita, desinformação e ataques à democracia nos nossos países.
Então, quando essas organizações se encontram aqui na Venezuela, o que elas fazem? Exatamente trocar informação sobre esses cenários de luta, mas também trocar informações sobre as formas com as quais elas estão lutando, resistindo nesse cenário, e isso pode — e seguramente — nutre as perspectivas de luta de outros países.
Nós aqui aprendemos muito com as organizações venezuelanas, como estão construindo as comunas e o poder popular, aprendemos muito com as organizações chilenas que estão num processo duríssimo de uma escalada da extrema-direita que reivindica a ditadura do Pinochet como referência, ao passo que, pouco a pouco, a candidatura de esquerda se projeta e parece ganhar fôlego num país que vai às eleições esse ano e que vai ter então a mulher comunista eleita.
E aqui, internacionalmente, poder acompanhar essas lutas, saber dessas coisas e poder nos manifestar publicamente em defesa desses processos que resistem e avançam acumulando força para combater a extrema-direita é importantíssimo.
Porque, internacionalmente, o capital nos ataca e, internacionalmente, nós nos organizamos para contra-atacar e organizar essa rebeldia para revolucionar os nossos processos e as nossas conjunturas por mais dignidade e soberania para os nossos povos.
Então, essa é a importância da gente estar reunido aqui na Venezuela com essa diversidade de organizações. E é uma diversidade com unidade, é a unidade na diversidade.”
No dia seguinte, 27 de julho, a delegação da CTB acompanhou as eleições municipais na Venezuela, que escolheram prefeitos e vereadores — conhecidos no país como alcaides, alcaidezas e conselheiros — em 335 municípios. De acordo com Carlos Rogério, a votação contou com ampla participação popular e resultou em uma vitória significativa para a coalizão liderada pelo PSUV, que conquistou 285 dos 335 municípios.
“A CTB, juntamente com a Delegação Internacional, visitou uma urna de votação e pôde comprovar a mobilização popular. Um fato relevante foi a presença do Partido Comunista Venezuelano (PCV) na aliança vitoriosa. Tivemos o privilégio de participar da comemoração e registrar esse momento ao lado de representantes do PCV, símbolo da unidade entre os setores progressistas venezuelanos”, relatou.
A presença da CTB na Venezuela reforça seu compromisso com a solidariedade internacional, a defesa da paz e o fortalecimento das lutas populares em toda a América Latina.