“São traidores da pátria”, diz Adilson Araújo sobre indiciamento de Bolsonaro e Eduardo por coação no golpe

Foto: Roberto Parizotti.

A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por coação a autoridades responsáveis pela ação penal do golpe de Estado. O indiciamento faz parte do relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que aponta ainda indícios de tentativa de abolição do Estado democrático de direito, com ações que teriam como alvo instituições como o STF e o Congresso Nacional.

Segundo a PF, mensagens extraídas do celular de Jair Bolsonaro — incluindo áudios e conversas com Eduardo Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia — demonstram tentativas de intimidar autoridades e atrapalhar investigações sobre a trama golpista. Malafaia teve buscas e apreensões realizadas, mas não foi indiciado.

O relatório detalha que Bolsonaro e o filho “buscaram atingir diretamente instituições democráticas brasileiras” e “produziram e propagaram mensagens destinadas às redes sociais, em afronta a medidas cautelares impostas anteriormente”. Além disso, Eduardo Bolsonaro teria atuado nos Estados Unidos, junto ao governo de Donald Trump, em um esforço para pressionar contra a ação penal, contexto em que o governo Trump impôs tarifas de 50% a produtos brasileiros.

O episódio gerou reação imediata da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Para Adilson Araújo, presidente da entidade, o caso evidencia a colaboração da extrema direita brasileira com interesses estrangeiros:

“O indiciamento de Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro por coação na ação penal do golpe mostra que o Brasil não vai se dobrar às pressões do governo Trump. As mensagens encontradas pela PF no celular do chefe da extrema direita brasileira revelam a infame ligação do ex-presidente, ao lado do seu filho Eduardo Bolsonaro, com o imperialismo estadunidense, que é o maior inimigo dos povos e das nações do SulGlobal e coautor do cruel genocídio dos palestinos em Gaza.
O episódio tem uma virtude: revelar a falsidade e hipocrisia da direita bolsonarista, que em público se veste de verde e amarelo e nos bastidores conspira diuturnamente contra os interesses da nação em proveito próprio. São falsos patriotas. São traidores da pátria e o povo brasileiro já está enxergando isso e definitivamente não gosta de traíras.”

O indiciamento reforça a percepção de que a investigação sobre o golpe de 2023 segue avançando, com foco no combate a tentativas de intimidação das autoridades e proteção da democracia brasileira.

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