Um projeto bilionário no coração do Parque Olímpico, no Rio de Janeiro, promete reposicionar o Brasil no mapa da economia digital. Trata-se da Rio AI City, complexo de data centers desenvolvido pela Elea Digital, que tem como meta transformar a cidade em um dos dez maiores hubs de Inteligência Artificial do mundo.
A iniciativa prevê inicialmente 1,5 GW de energia renovável, com possibilidade de expansão para 3,2 GW, comparável às maiores estruturas de data center do planeta. Todo o complexo será alimentado por 100% de energia renovável certificada, utilizando sistemas de resfriamento sem água e arquitetura voltada à eficiência energética.
Outro diferencial é a conexão direta com cabos submarinos internacionais e o acesso a uma rede elétrica com 99,8% de disponibilidade, índice entre os mais altos do mundo.
Em agosto, durante o Rio Innovation Week, a Elea assinou um Memorando de Entendimentos (MoU) com a Oracle e a Prefeitura do Rio de Janeiro, em cerimônia que contou com a presença do prefeito Eduardo Paes. A parceria reforça a confiança de grandes players globais no projeto e consolida o Parque Olímpico como o futuro maior hub de data centers da América Latina.
Além disso, a Elea Digital fechou recentemente um contrato de R$ 2,3 bilhões com a Petrobras, com duração de 17 anos, para prestação de serviços de datacenter colocation, incluindo hospedagem de equipamentos, aplicações críticas e computação de alto desempenho.
Impacto para o Rio e os trabalhadores
Para Claudemis Cunha, Secretário Adjunto de Ciência e Tecnologia da CTB e presidente do Sindierj, que representa os trabalhadores do setor no Rio de Janeiro, o projeto abre novas perspectivas para o desenvolvimento do estado e para a valorização profissional: “A Rio AI City é um passo estratégico para o Brasil e, em especial, para o Rio de Janeiro. Estamos falando de investimentos robustos em tecnologia de ponta, que vão gerar empregos qualificados, estimular a formação de mão de obra especializada e colocar nosso estado no mapa global da inovação. É fundamental garantir que os trabalhadores participem dessa transformação com direitos assegurados e oportunidades de crescimento profissional”, afirmou.
A CTB destaca que a iniciativa deve ser acompanhada de políticas públicas de capacitação em ciência e tecnologia, para que os benefícios do projeto se traduzam em inclusão produtiva e desenvolvimento social.
“O futuro da economia digital só será realmente sustentável se caminhar junto com a valorização do trabalho e com a redução das desigualdades”, conclui Claudemis.