Milei sofre nova derrota e pode naufragar

Por Altamiro Borges

Bajulado pela mídia rentista nativa em função da sua “motosserra” fiscal, o presidente argentino Javier Milei atravessa um acelerado processo de desgaste político. “El Loco”, como é conhecido, já não consegue mais sair às ruas, sendo alvo de protestos cada dia mais virulentos. Ele e sua irmã, “a chefe” Karina Milei, secretária-geral da Presidência, são acusados de corrupção e até de ligação com o narcotráfico. Além disso, a economia afunda e hoje depende unicamente do socorro do “imperador” Donald Trump. A cada semana, o ultraneoliberal sofre uma nova derrota.

Na quarta-feira passada (8), o Congresso da Argentina limitou as decisões unilaterais do ditador Javier Milei ao aprovar uma lei que veta os famigerados “decretos presidenciais de necessidade e urgência”. Sua derrota foi acachapante – 140 votos a 80, e 17 abstenções. Desde que assumiu, em dezembro de 2023, o neofascista já assinou mais de 70 decretos. A sua principal opositora, a peronista de centro-esquerda Cristina Kirchner, assinou 78 em seus dois mandatos (2007-2015), e o ex-presidente de direita Mauricio Macri baixou 71 em quatro anos (2015-2019).

Envolvimento com o narcotráfico

Com mais essa derrota no parlamento, Javier Milei tem seus poderes ditatoriais reduzidos, o que pode acelerar ainda mais sua crise política. Como lembra a agência de notícias AFP, o queridinho da mídia rentista do continente “sofre a pressão das turbulências financeiras, os escândalos em seu partido e os bloqueios do Congresso a seus vetos para um aumento do financiamento da educação e da saúde, entre outros. No próximo dia 26 de outubro, ele vai enfrentar as eleições de meio de mandato, que renovarão metade da Câmara e um terço do Senado”.

O cenário eleitoral é dos piores para o expoente da ultradireita mundial. Na semana passada, ele teve sua imagem ainda mais abalada. “Na província de Buenos Aires, principal distrito eleitoral, a lista governista sofreu um duro golpe quando o principal candidato de Milei, José Luis Espert, admitiu que recebeu 200 mil dólares (pouco mais de 1 milhão de reais na cotação atual) de um empresário cuja extradição foi reivindicada pela Justiça dos Estados Unidos por narcotráfico e fraude, entre outros crimes”, descreve a AFP. Caso sofra uma nova derrota nas urnas, “El Loco” poderá estar rumando para o cadafalso – para desespero dos ultraneoliberais e da sua mídia.

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