Estágio probatório sob a Reforma Administrativa ameaça estabilidade e autonomia dos servidores

Foto: divulgação.

Reforma Administrativa transforma estágio probatório em ferramenta de controle e perseguição política

A proposta de Reforma Administrativa apresentada pelo governo e apoiada por setores do Congresso altera profundamente o caráter do estágio probatório no serviço público, transformando o que deveria ser um período de adaptação e formação em uma ferramenta de controle, assédio e perseguição política.

De acordo com o projeto, a aprovação no estágio probatório passará a depender de critérios mais rigorosos e subjetivos, incluindo:

  1. decisão formal e fundamentada com base em avaliação de desempenho;

  2. comprovação de aptidão para o exercício das atribuições do cargo;

  3. avaliação por comissão, com metas e indicadores previamente definidos;

  4. participação e aproveitamento satisfatório em ações de capacitação obrigatórias.

Caso o servidor não atinja as metas impostas, poderá ser exonerado ao fim do período probatório, conforme previsão constitucional.

Embora o discurso oficial tente justificar as mudanças com a promessa de “eficiência e meritocracia”, o conteúdo da proposta revela uma lógica produtivista e empresarial, que desconsidera as especificidades das funções públicas e o papel social do Estado.

Na prática, o novo modelo abre brechas para avaliações arbitrárias, já que as metas e critérios de desempenho podem variar de acordo com a chefia ou o governo de plantão. Essa instabilidade ameaça a autonomia e a imparcialidade do servidor público, pilares fundamentais para a prestação de serviços de qualidade à população.

“O estágio probatório, como está proposto, passa a ser um mecanismo de coerção. O servidor, em vez de servir à sociedade, passa a servir ao chefe político, com medo de perder o emprego caso não atenda às expectativas do poder”, alertam dirigentes sindicais.

Além disso, o texto reforça uma visão meritocrática e punitiva, baseada em resultados imediatos, sem considerar as condições reais de trabalho, a escassez de recursos humanos e materiais, e a natureza coletiva do serviço público.

Para a CTB, o modelo proposto pela Reforma Administrativa rompe com a lógica republicana da administração pública, substituindo a estabilidade e o compromisso com o interesse público por um sistema de medo, insegurança e subordinação política.

“Avaliar o servidor é importante, mas o que a reforma propõe é uma máquina de perseguição. O que se quer, na verdade, é controlar, enfraquecer e desmobilizar o funcionalismo”, afirma a Central.

A CTB defende um serviço público baseado em valorização, capacitação e condições de trabalho, e não em ameaças e punições. A central reforça que seguirá mobilizada contra a Reforma Administrativa, que ataca direitos históricos e desmonta as bases do Estado brasileiro.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

CTB
Visão geral de privacidade

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência enquanto navega pelo site. Destes, os cookies que são categorizados como necessários são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para o funcionamento das funcionalidades básicas do site. Também usamos cookies de terceiros que nos ajudam a analisar e entender como você usa este site. Esses cookies serão armazenados em seu navegador apenas com o seu consentimento. Você também tem a opção de cancelar esses cookies. Porém, a desativação de alguns desses cookies pode afetar sua experiência de navegação.