CTB Live debate reforma administrativa, fim da escala 6×1 e desafios da classe trabalhadora

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) realizou nesta quinta-feira (23) a primeira edição do CTB Live, novo programa mensal transmitido pelo canal TV Classista. O debate de estreia abordou o tema “Reforma administrativa e fim da escala 6×1: ataques aos direitos e desafios da classe trabalhadora”, reunindo lideranças sindicais e representantes da central para discutir os rumos das lutas em defesa do serviço público e dos direitos trabalhistas.

Participaram do encontro o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, a coordenadora-geral do Sintespb e secretária-adjunta de Servidores Públicos Federais pela CTB, Rachel Melo, e o presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro e secretário de Comércio e Serviços da CTB, Márcio Ayer. A mediação ficou por conta de Douglas Melo, secretário de Imprensa e Comunicação da CTB, e da jornalista Marcela Rodrigues.

Confira a live na íntegra!

Adilson Araújo: “Precisamos ser a voz de quem não tem voz”

Durante sua fala, Adilson Araújo destacou a necessidade de fortalecer o movimento sindical e de ampliar o diálogo com a sociedade.

“Temos que buscar trabalhar e fortalecer numa perspectiva do nosso exército militante, mas também conseguir conversar com o povo. Devemos chamar a atenção do presidente Lula, porque não é razoável que a Rede Globo tenha aumento nas verbas de comunicação enquanto o movimento sindical não tem um centavo para fazer a luta de resistência”, afirmou.

O dirigente reforçou que essa luta é essencial para defender o Estado nacional, o governo democrático e as conquistas do povo brasileiro.

“Se a gente não fala para o nosso povo, vivemos em uma condição de desalento. O movimento sindical precisa se levantar, recuperar fontes de financiamento. Como disse o Papa Francisco, os sindicatos precisam ser a voz daqueles que não têm voz — e temos condições de fazer isso, desde que o Estado passe a nos enxergar.”

Adilson também lembrou as vitórias e desafios em curso, citando a conquista da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil e a necessidade de avançar na luta pelo fim da escala 6×1. Ele reforçou a crítica à reforma administrativa, que classificou como uma “reforma de Estado” com o objetivo de desmontar o serviço público.

“O propósito dessa reforma é contingenciar, acabar com o concurso público e podar os sonhos da juventude que acredita em um Brasil mais humano e menos desigual.”

Rachel Melo: “A reforma administrativa precariza o serviço público”

A coordenadora-geral do Sintespb, Rachel Melo, alertou para os impactos da proposta de reforma administrativa sobre o funcionalismo e a população.

“A reforma administrativa visa somente à precarização do serviço e do trabalhador. A queda da estabilidade, com a previsão de até dez anos em estágio probatório, é extremamente preocupante. A estabilidade é de suma importância para garantir a independência e a qualidade do serviço público.”

Márcio Ayer: “A luta pela redução da jornada é histórica e urgente”

Por sua vez, Márcio Ayer destacou o avanço das discussões sobre o fim da escala 6×1 e a redução da jornada de trabalho sem diminuição salarial, pauta histórica do movimento sindical.

“Todas as iniciativas e projetos de lei, todas as PECs, foram fundamentais para impulsionar essa luta histórica pela redução da jornada de trabalho. Estamos tendo boas audiências e o debate está avançando. Promovemos uma pesquisa nacional que teve mais de 130 mil respostas de trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, e ela retrata com clareza a realidade daqueles submetidos à escala 6×1 — desde o tempo médio de deslocamento de 1h30 entre casa e trabalho, passando pelas situações recorrentes de assédio moral, até a baixa remuneração, com pisos que giram entre R$ 1.500 e R$ 2.000. Essa é a realidade da grande maioria dos trabalhadores e trabalhadoras que vivem sob esse regime.”

Como ampliar a mobilização, os estados e a CTB pode se organizar para pressionar cada vez mais?

“Não temos uma receita para isso, mas no que eu acredito é que as mobilizações nas redes precisam permanecer, crescer e avançar, precisamos mobilizar trabalhadores e trabalhadoras para organizarem grandes atos no Brasil inteiro e também o que não podemos esquecer é a pressão entre deputados e deputadas em sus bases”, finalizou Márcio.

Mobilização nacional

A CTB reforça que segue mobilizada na luta contra a reforma administrativa. A Marcha Nacional Contra a Reforma Administrativa foi convocada por centrais sindicais, confederações e federações de trabalhadores após o texto da proposta ser apresentado no dia 2 de outubro pelo relator, deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), na Câmara dos Deputados. A mobilização pretende reunir milhares de pessoas nas ruas de Brasília (DF) no próximo dia 29 de outubro, em defesa do serviço público, dos direitos sociais e da valorização do trabalho.

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