Evento reuniu delegações sindicais de Brasil, Rússia, Índia, África do Sul e outros países do Sul Global para fortalecer a cooperação internacional e debater os desafios da classe trabalhadora na era digital
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), por meio da Secretaria Nacional de Políticas para a Juventude Trabalhadora, participou entre os dias 19 e 26 de outubro do 1º Seminário de Jovens Líderes Sindicais dos Países BRICS, realizado nas cidades de Pequim e Xiamen, na China. A CTB foi representada pelo secretário nacional de Políticas para a Juventude Trabalhadora, Henrique Domingues, que integrou a delegação brasileira ao lado de representantes da CUT, UGT, Força Sindical, CSB e NCST. O encontro foi convocado e organizado pela Federação Nacional dos Sindicatos da China e reuniu jovens lideranças sindicais do Brasil, Rússia, Índia, África do Sul, Egito, Irã e Indonésia, criando um espaço de formação política, intercâmbio de experiências e articulação internacional entre novas gerações do movimento sindical.
A programação contemplou palestras sobre o desenvolvimento histórico do sindicalismo na China, sua relação com o Partido Comunista e o papel da classe trabalhadora na luta anticolonial e na construção do socialismo. Também foram discutidos os desafios contemporâneos da economia digital e plataformizada, com apresentação de experiências de organização coletiva e proteção social voltadas aos trabalhadores de aplicativos, complementadas por visitas técnicas a pontos de apoio, estruturas sindicais e instituições ligadas à defesa laboral. Em Xiamen, os debates abordaram a importância da cooperação entre os sindicatos do BRICS na formulação de uma agenda comum do Sul Global, voltada à soberania, justiça social, desenvolvimento produtivo e fortalecimento da ação sindical diante das transformações tecnológicas que reorganizam o mundo do trabalho.
Segundo Henrique Domingues, o seminário cumpriu um papel estratégico ao fortalecer vínculos permanentes entre juventudes sindicais dos países BRICS, ampliando as possibilidades de ação conjunta, formação contínua e iniciativas de solidariedade internacional. Ele destacou que a experiência reforça a necessidade de construir respostas comuns à precarização e à desregulamentação do trabalho, intensificadas pela plataformização e pela crescente financeirização da economia. A Federação Nacional dos Sindicatos da China manifestou interesse em manter o seminário como atividade periódica, com estudos para que sua realização passe a ocorrer anualmente, em diálogo com as centrais do país que estiver à frente da coordenação sindical do bloco em cada ciclo.
Para a CTB, investir na formação, articulação internacional e protagonismo da juventude trabalhadora é fundamental para fortalecer a luta sindical e garantir a continuidade das batalhas históricas em defesa da soberania nacional, da democracia, dos direitos trabalhistas e da dignidade da classe trabalhadora. A participação no seminário reafirma o compromisso da Central com a construção de uma agenda internacionalista capaz de enfrentar os desafios impostos pelo capitalismo contemporâneo e pelas novas formas de exploração do trabalho.
