O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, foi um dos destaques do Fórum das Centrais Sindicais do DIEESE, realizado nesta quarta-feira (13), na Zona Verde da COP-30, no Pavilhão Brasil – Sala Uruçu. O painel, que ocorreu das 11h15 às 12h15, debateu o tema “Empregos Verdes, Trabalho Decente e Qualificação Profissional”, reunindo lideranças sindicais para discutir caminhos para uma transição justa no país.
Em sua intervenção, Adilson fez uma análise crítica sobre os retrocessos impostos ao mundo do trabalho nos últimos anos e relacionou essas barreiras estruturais com os desafios das agendas climática e ambiental.
“A subtração do mandato da presidenta Dilma Rousseff provocou a transição mais injusta da nossa história depois da ditadura militar. O acaboço regressivo impôs muitas dificuldades e, nos marcos da lei 13.467 de 2017, somada à liberação geral e irrestrita da terceirização, a reforma regressiva da previdência colocou muitas barreiras para o movimento sindical”, afirmou.
O presidente da CTB destacou ainda a falta de compromisso do Congresso com uma agenda de futuro.
“Esse Congresso mais venal da nossa história não tem compromisso com essa agenda climática nem tampouco com a transição justa”, pontuou. Segundo ele, o Brasil enfrenta um cenário preocupante de informalidade e desigualdade: “O Brasil responde por 40% do trabalho informal na comunidade dos países latino-americanos e caribenhos. Temos ainda muitas insuficiências, inclusive no plano da energia.”
Adilson também denunciou a privatização de serviços essenciais e o abandono das políticas públicas:
“Enquanto discutimos clima, o Brasil está privatizando a água. São 37 milhões de brasileiros que não têm acesso à água potável, 45% sem saneamento. Isso não existe, minha gente.”
Para ele, enfrentar os desafios exige mais do que constatar problemas — é preciso ação política organizada:
“A competição não pode ser só uma fotografia. Para melhorar, é necessário elevar nossa participação política e construir um projeto concreto, comprometido com essa agenda. Esse é o grande desafio.”
Encerrando sua fala, Adilson Araújo reforçou a necessidade de unidade das centrais e dos trabalhadores rumo às disputas políticas que se aproximam:
“A COP precisa assumir essa agenda também do ponto de vista social. E a agenda política de 2026 deve nos encontrar juntos. Vamos à luta até a vitória!”
A participação da CTB reforça o compromisso da central com o debate global sobre justiça climática, desenvolvimento sustentável e valorização da classe trabalhadora.


